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Treinador descarta volta de Aldo ao MMA, mas aponta interesse em outras modalidades

Depois de uma longa e vitoriosa carreira no MMA, José Aldo decidiu pendurar as luvas. A opção do ‘Campeão do Povo’ pela aposentadoria, apesar de já vir sendo especulada nos últimos tempos, pegou parte de seus fãs de surpresa, especialmente aqueles que esperavam ver o manauara em ação no próximo card do UFC Rio, marcado para o dia 21 de janeiro do ano que vem. Apesar disso, Dedé Pederneiras, treinador do ex-campeão peso-pena (66 kg) do UFC, revela que a ideia de deixar o esporte já vinha sendo discutida por seu pupilo e descartou um retorno, mas abriu as portas para aventuras em outras modalidades.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Dedé recordou que ele próprio já havia sugerido, no passado, que seu aluno colocasse um ponto final em sua carreira. De acordo com o treinador, o amor pelo esporte manteve o manauara em atividade nos últimos anos, mas o desgaste da profissão, especialmente com a questão do peso, cobrou seu preço no final.

“Não foi algo repentino, de jeito nenhum. De jeito nenhum (ele pode mudar de ideia). A gente não pensa nisso. Infelizmente para os fãs. (…) Na verdade, a gente vem protelando essa aposentadoria há muito tempo. Nesse último contrato que a gente renovou, a gente já tinha pensado em uma aposentadoria. Graças a Deus, o Aldo financeiramente está bem, não precisa mais estar lutando. Ele lutava realmente pela emoção de estar ali dentro, de estar treinando. Só que, quando você faz isso há 19, 20 anos: treinar todo dia, tomar porrada e dar porrada todo dia, perder 10 kg, 12 kg, se manter no último contrato com o UFC, últimos três anos, mantendo um peso sem sair à risca, você tem que ter muita vontade”, explicou o líder da equipe ‘Nova União’.

Apesar de garantir que não há possibilidade do ex-campeão do UFC abandonar a aposentadoria e voltar a competir no MMA, Pederneiras não descarta que seu pupilo atue em outras modalidades, como o boxe, o muay thai e o jiu-jitsu – esta última onde o manauara começou sua trajetória nas artes marciais. Para o treinador, chegou a hora de Aldo colher tudo aquilo que plantou durante sua carreira e curtir, sem a mesma responsabilidade, as experiências que surgirem.

“O Aldo tem algumas vontades dentro da luta que ele gostaria de fazer. Fazer uma luta de boxe, fazer uma luta de muay thai e jiu-jitsu ele falou que vai voltar a fazer o que ele sempre ama, porque ele adora treinar jiu-jitsu. O pessoal pode não acreditar, mas o Aldo tem um nível de jiu-jitsu absurdo. (Foi campeão mundial na faixa-roxa, na marrom) só não foi na preta porque ele já estava enveredado pelo MMA e já não dava mais tempo para treinar tanto. Agora ele tem que se divertir, desfrutar de tudo aquilo que ele conseguiu conquistar. Essa é a verdade”, concluiu Dedé.

Ex-campeão peso-pena do WEC e do UFC, José Aldo se aposentou do MMA com um cartel de 31 vitórias e oito derrotas, a última delas para Merab Dvalishvili, em agosto deste ano, responsável por encerrar o sonho de mais uma disputa de título do brasileiro no Ultimate, na divisão dos galos (61 kg). O manauara também deixa o esporte com o status de um dos maiores lutadores da história da divisão até 66 kg e um dos melhores de todos os tempos, na visão de parte da comunidade das lutas.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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