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Inconformado com derrota, ex-campeão do Glory cobra revanche contra ‘Poatan’

Campeão meio-pesado do Glory desde 2016, Artem Vakhitov viu seu reinado de quase meia década acabar ao ser derrotado por Alex ‘Poatan’ Pereira no último dia 30 de janeiro, em disputa decidida nas papeletas dos juízes. O desacordo dos responsáveis por pontuar o combate, que marcaram vitória para o brasileiro na decisão dividida, gerou enorme insatisfação por parte da equipe do russo, que até hoje não parece ter aceitado o resultado.

Mesmo passados quase três meses do confronto, Vakhitov segue convicto de que foi injustiçado pelos jurados e não abre mão da possibilidade de devolver a derrota para o rival. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, o kickboxer russo reforçou o desejo por uma revanche imediata contra ‘Poatan’ no ringue do Glory e reclamou da demora por parte do brasileiro em definir seu próximo compromisso.

“Eu assisti a luta depois e eu sigo pontuando a luta como eu senti durante o combate. Provavelmente no primeiro round eu estava próximo, porque, como eu sempre faço em todas as minhas lutas, eu estava me aquecendo. E todos os outros rounds eu venci, porque conectei mais golpes duros, mais golpes no alvo. Sem dúvidas eu venci. Para convencer os juízes naquela luta eu só tinha uma oportunidade: nocautear. Porque eles foram ridículos”, reclamou o ex-campeão, antes de comentar sobre seu interesse na revanche.

“Com certeza, está nos nossos planos (uma revanche). Nós dissemos imediatamente após a luta que estávamos prontos para lutar (novamente). Sem problemas. Prontos para começar a preparação. Nós só estamos esperando a decisão dele (Poatan). Ele ainda não respondeu, ele não respondeu nada ao Glory. Nós estamos apenas esperando por ele. Nós já falamos sobre o nosso desejo e estamos esperando. Estamos prontos. Só nos diga uma data e um local. Vamos lá”, afirmou.

Com a conquista sobre Vakhitov, Alex ‘Poatan’ passou a ostentar dois cinturões lineares no principal evento de kickboxing do mundo: no peso-médio e na divisão dos meio-pesados. Mesmo com os títulos e o status de grande nome do esporte na atualidade, o lutador paulista não parece ter convencido o rival russo de seu potencial, especialmente na divisão na qual o europeu reinou durante anos.

“Eu acho que ele não está preparado o suficiente para o meio-pesado. Ele tem muitas fraquezas para essa divisão. Ele ainda é fraco para essa divisão”, declarou Artem Vakhitov.

Além dos dois cinturões para defender no Glory, ‘Poatan’ também ensaia uma transição para o MMA, modalidade na qual estreou profissionalmente em 2015, mas que apenas nos últimos meses parece ter ganhado a atenção real do kickboxer. Com a credencial de ter vencido o atual campeão peso-médio do UFC, Israel Adesanya, em duas ocasiões, quando o nigeriano ainda competia no kickboxing, o brasileiro, aos 33 anos, parece disposto a se testar nas competições de mistura de artes marciais, tendo inclusive feito parte dos treinamentos do veterano Glover Teixeira recentemente.

A possibilidade de migrar para o MMA não é descartada também por Artem Vakhitov. À Ag Fight, o kickboxer abriu as portas para a transição de esporte, mas destacou que seu interesse dependeria fundamentalmente dos desafios que seriam propostos para ele, especificamente no casamento de confrontos contra adversários conhecidos por seu jogo em pé, evitando assim os combates contra atletas oriundos da luta agarrada.

“Sim, eu poderia considerar a carreira no MMA. Eu prefiro lutar com strikers, como (Israel) Adesanya, por exemplo, (Jan) Blachowicz, ou Jon Jones. E para publicidade e para os fãs do MMA parece melhor, porque eles gostam dos lutadores de trocação mais, do que wrestlers ou grapplers. Então, para os fãs e para a TV, parece melhor, mais dinâmico. Então, se eu lutasse no MMA, eu preferiria enfrentar strikers”, concluiu.

Aos 30 anos de idade, Artem Vakhitov compete no kickboxing profissional desde 2009 e soma 21 vitórias e seis derrotas em seu cartel. Pelo Glory, o russo conquistou o cinturão peso-meio-pesado em março de 2016 e defendeu seu título com sucesso em cinco oportunidades, até perdê-lo para Alex ‘Poatan’, em janeiro deste ano.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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