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Deiveson celebra “2020 maravilhoso” e projeta finalização para fazer história no UFC

Em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, que mexeu com a vida de grande parte da população mundial, um lutador conseguiu superar as adversidades e aproveitar as oportunidades para se posicionar como uma das estrelas do UFC. Prestes a fazer história no próximo sábado (12), quando colocará o cinturão peso-mosca (57 kg) em jogo contra Brandon Moreno na edição 256, apenas 21 dias depois de sua última defesa de título bem-sucedida, Deiveson Figueiredo demonstra a confiança de que o futuro será ainda melhor.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (veja acima ou clique aqui), o paraense celebrou a ascensão obtida em meio ao conturbado ano de 2020 e projetou uma próxima temporada com mais sucesso, desta vez acompanhado do seu irmão, Francisco Nazareno, que recentemente foi contratado para integrar o plantel do Ultimate. Para concretizar seus planos, a vitória sobre o mexicano Brandon Moreno na luta principal do UFC 256, que será realizado em Las Vegas (EUA), neste sábado, é fundamental.

E como já virou uma marca registrada, o ‘Deus da Guerra’ não se furtou de fazer uma previsão para o duelo. Vale lembrar que Deiveson em suas últimas duas pelejas prometeu finalizar Joseph Benavidez e Alex Perez, respectivamente, no primeiro assalto e cumpriu em ambas as ocasiões, sendo a primeira delas a que lhe garantiu a conquista do título dos moscas do UFC.

“Foi um ano que começou escuro para todo mundo e no final ele está clareando, começou a brilhar. Está dando tudo certo na minha vida, com essas duas defesas de cinturão, entrando para a história no UFC. O cara que defendeu o cinturão mais rápido, em 20 dias ter que lutar de novo. E meu irmão entrando no UFC. Isso tudo está me deixando muito feliz. Eu costumo falar que esse final de 2020 está sendo muito maravilhoso para mim. E vou entrar 2021 com o pé direito. Vamos entrar, eu e meu irmão”, comentou Deiveson, antes de prever o resultado de seu próximo compromisso.

“Eu tenho o objetivo de finalizar o Brandon Moreno, eu quero finalizá-lo, isso não sai da minha cabeça. E se ele trocar comigo, ele vai descer, pode ter certeza. A minha trocação é melhor que a dele. Eu vou finalizar o Brandon Moreno, pode esperar. No primeiro round. Eu sou um cara que não gosta de lutar muitos rounds. Eu quero construir esse legado, de ser um cara que faz as previsões das lutas e acerta, antes mesmo delas acontecerem. É algo meu mesmo, não me inspirei em ninguém. Eu faço a previsão das minhas lutas, entro lá e faço acontecer”, prometeu o paraense.

Nem mesmo o pouco tempo de descanso entre sua última defesa de título e o combate deste sábado parece incomodar o brasileiro. Ciente de que o rival teria que passar pelo mesmo processo que ele, já que o mexicano também esteve presente no card do UFC 255, no último dia 21 de novembro, Deiveson revelou que aceitou o novo desafio assim que o mesmo lhe foi oferecido pela companhia, que buscava um confronto que pudesse liderar o card da edição 256, substituindo a então luta principal da noite, que teria a disputa entre Petr Yan e Aljamain Sterling, pelo cinturão peso-galo (61 kg).

Para convencer o campeão bastou apenas uma ligação para sua nutricionista e o aval da médica, que garantiu ao lutador que ele estaria em perfeitas condições para passar novamente pelo desgastante corte de peso para a disputa. Os 50 mil dólares (cerca de R$ 254 mil) pagos pelo UFC como bônus por sua performance na última luta, ainda que de forma tardia, também ajudaram na decisão do ‘Deus da Guerra’.

“Tanto o Brandon Moreno quanto eu lutamos no mesmo evento, o mesmo processo que eu tive de perda de peso rolou com ele. O corpo dele estava desgastado, o meu também, agora já recuperamos. E isso foi de imediato, pós-luta. A luta do Petr Yan (contra o Aljamain Sterling), que seria sábado agora, caiu e não tinha uma luta principal para esse evento. Eu saí da luta, perguntaram se eu estava preparado para lutar (novamente), eu disse que sim, que seria com ele (Moreno). Eu liguei para a minha nutricionista, em Belém, ela liberou, disse que eu estaria muito bem para fazer essa luta. E eu estou aqui, pronto, aceitei a luta na hora. Fiquei super feliz. Sair de uma luta e 20 dias ter que lutar de novo, (fico) feliz demais. Voltar para casa com a conta recheada é perfeito”, contou Figueiredo, antes de completar.

“Na verdade, os 50 mil dólares foi um erro que o Dana cometeu ali. Ele deu o bônus para outros e depois voltou atrás. Quem merecia bônus de luta da noite seria eu, e ele resolveu corrigir o erro dele e me deu os 50 (mil dólares) de Performance da Noite”, concluiu.

No MMA profissional desde 2012, Deiveson Figueiredo soma 20 vitórias e apenas uma derrota em seu cartel. Neste ano, o brasileiro já venceu três combates, contra Joseph Benavidez, em duas oportunidades, e Alex Perez, mais recentemente.

No primeiro combate contra Benavidez, apesar do triunfo, Deiveson ficou sem o cinturão dos moscas, por ter excedido o limite de peso estabelecido para disputas de título na categoria. Já no segundo confronto contra o americano, em julho deste ano, o paraense bateu o peso e, com um verdadeiro atropelo sobre o veterano, conquistou a cinta do Ultimate.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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