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Cris ‘Cyborg’ diz que saída do UFC ‘salvou’ sua carreira e acusa Dana de perseguição

Em 2016, Cris ‘Cyborg’ fez sua estreia no UFC, momento tão esperado por boa parte dos fãs que queriam ver uma das maiores lutadoras de todos os tempos se testar na principal liga de MMA do mundo. Mas o que tinha tudo para ser um ‘casamento perfeito’, se tornou um pesadelo para a atleta. Embora tenha sido campeã do peso-pena (66 kg), a brasileira protagonizou relação conturbada com Dana White, presidente da companhia.

Por isso, em 2019, quando seu contrato com a organização chegou ao fim, ‘Cyborg’ respirou novos ares e assinou vínculo com o Bellator, onde, atualmente, também é campeã dos penas. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui), a curitibana relembrou seus últimos anos e o tratamento que recebeu no Ultimate, além de destacar que sua ida para a sua nova casa ‘salvou’ o andamento de sua carreira.

“Sou grata ao UFC pela oportunidade, mas o fogo do meu coração estava se apagando ali. Era muito incômodo, muito desrespeito. No Bellator colocou mais lenha, estou mais feliz, luto mais. Não tenho problema fora (do cage), trabalhar com o Scott (Coker) é bacana, respeita os atletas. Tem que se dar ao respeito para ser respeitado. Sempre respeitei onde eu estava, mas não era correspondida da mesma forma”, disse, emendando.

“Não me arrependo (de ter ido para o UFC). Aprendi muito no UFC, foi mais uma coisa a conquistar e estar ali foi algo muito importante. Mas eu já fui para o UFC sendo a ‘Cyborg’, o UFC não me fez lá. Cheguei feita. Nunca fui bem-vinda desde o começo, mas meus fãs fizeram campanha e conquistaram isso junto comigo. Tive momentos bons”, concluiu.

Assim como faz nas suas apresentações dentro do cage, ‘Cyborg’ seguiu seus ataques, com Dana como seu foco principal. De acordo com a curitibana, o dirigente se incomodou com a sua postura mais questionadora e, por isso, nunca lhe deu a atenção que merecia. Para Cris, o cartola, inclusive, trabalhou com Ronda Rousey, ex-campeã do UFC e desafeta da brasileira, para queimar ainda mais a sua imagem perante ao público.

“Antes de entrar no UFC tentaram denegrir minha imagem, fazendo várias coisas junto com a Ronda. Ele (Dana) deve ter algo dentro dele, mas só ele sabe. Ele ia falar que são negócios, mas quando pensa em negócios você pensa: ‘Vai vender?’. Os fãs gostam de assistir, e é isso. Os atletas que fazem o evento e agora todo mundo está vendo que não era só eu. Eu batia e frente. Eles gostam de quem falam amém para tudo. Luto pelos meus princípios e pelos nossos direitos. Sem os lutadores os eventos não acontecem. Temos que ser tratados como sócios. Mas muitos lutadores não veem dessa forma. Quando olharem o esporte vai mudar mais e mais”, finalizou a atleta.

Cris ‘Cyborg’ atuou pelo UFC de 2016 a 2019. Dentro do octógono mais famoso do mundo, a brasileira conquistou seis vitórias e só foi derrotada uma vez, para Amanda Nunes, em 2018. A última apresentação da atleta na companhia foi em um triunfo sobre a canadense Felicia Spencer, por decisão unânime dos jurados.

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