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Carlos Antunes

Entrevistas

‘Cigano’ adota leveza física e mental para superar sequência de derrotas inédita

Neste sábado (15), Júnior ‘Cigano’ enfrenta Jairzinho Rozenstruik, pelo UFC 252, em Las Vegas (EUA), em busca de uma vitória para quebrar a sequência negativa de duas derrotas – a primeira de sua carreira no MMA profissional. E, apesar da inédita situação desfavorável, o ex-campeão dos pesos-pesados chega para o importante confronto aparentemente mais leve, tanto fisicamente como mentalmente.

Ainda que demonstre o mesmo foco e seriedade que o caracterizou durante toda a sua trajetória, ‘Cigano’ dá sinais de maior tranquilidade em questões relacionadas à sua carreira nos últimos tempos. Seja pela experiência adquirida com o passar dos anos ou por uma maior aproximação com a família durante a pandemia do novo coronavírus, como o próprio relata, o catarinense parece ter encontrado o equilíbrio ideal entre as prioridades da vida e a importância dada a cada uma delas.

A mudança comportamental do catarinense – que chegou a convidar o adversário para sessões de treinos conjuntas, já que ambos fazem parte da mesma equipe – foi observada e destacada recentemente, à reportagem da Ag. Fight, por Roan ‘Jucão’, um dos responsáveis pelo treinamento do ex-campeão na academia da American Top Team, na Flórida (EUA). Por sua vez, ‘Cigano’ – em entrevista exclusiva à Ag. Fight – ressaltou a importância da positividade na busca por seus objetivos, sejam na área profissional ou pessoal.

“Eu sou um homem abençoado, sou um homem muito feliz. Essa pandemia, apesar de toda a negatividade, serviu para eu passar um momento mais próximo da minha família. Pude ficar com meus filhos, dividir as atividades com eles. E isso para mim é o que realmente importa, é acima de qualquer coisa, acima de qualquer acontecimento. Isso me traz uma alegria no coração muito grande e acaba refletindo em tudo que eu faço, em todas as pessoas ao meu redor”, relatou Júnior ‘Cigano’, antes de completar.

“Eu tento sempre seguir uma linha boa, sempre buscando a positividade e colocando a negatividade para longe de mim. É a consequência de boas escolhas que você faz na sua vida, e uma das minhas principais escolhas é afastar a negatividade, não absorvê-la”, destacou o ex-campeão do UFC.

Se aparenta estar mais leve no sentido abstrato, ‘Cigano’ deve chegar ao UFC 252 mais leve também no aspecto literal da palavra. Após adotar a dieta cetogênica, baseada na redução drástica no consumo de carboidratos, nos primeiros meses da pandemia, o lutador projeta subir ao octógono com o peso próximo ao que ostentava conquistou o cinturão dos pesos-pesados do Ultimate, em 2011. De acordo com o ex-campeão, o resultado positivo da perda de peso não foi visto apenas em seus treinamentos de preparação e, possivelmente, no desempenho de sábado, mas também na qualidade de vida fora do esporte, com um aumento em sua disposição.

“Eu estou me sentindo bem (com a perda de peso). Espero que influencie na performance de uma forma positiva. Eu fiz uma dieta cetogênica, proposta pela minha doutora Maria Bogéa e meu nutricionista Marcelo Guedes. Assim que começou a pandemia, o meu peso começou a subir um pouquinho. Eu estava parado, sem treinar. Então, isso passou a me incomodar um pouco. Eles propuseram a dieta cetogênica, eu aceitei, fiz, e os resultados foram ótimos”, contou o catarinense, antes de continuar.

“Não só na perda de peso, mas em ter disposição para fazer tudo. Foi bem positivo. Obviamente, eu não pude continuar nessa dieta durante o treinamento porque eu preciso de carboidratos, mas eu mantive bem próximo disso. E lutar nesse peso é o ideal para mim. É onde eu me sinto rápido, forte e bem”, finalizou.

No MMA profissional desde 2006, Júnior ‘Cigano’, de 36 anos, soma 21 vitórias, sendo 15 por nocaute, e sete derrotas em sua carreira. Depois de engatar uma sequência positiva de três triunfos, o catarinense acabou sofrendo duas derrotas consecutivas em suas últimas pelejas, ambas por nocaute técnico, para Francis Ngannou e Curtis Blaydes, respectivamente.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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