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Alex Poatan venceu Jiri Prochazka no UFC
Alex Poatan conquistou dois cinturões em categorias diferentes dentro do UFC - Matt Davies/AgFight

UFC

Estrela global! Entenda como Alex Poatan trocou o UFC Rio pelo UFC 300

Campeão mais popular do Brasil em atividade no Ultimate, Alex Pereira tinha sua próxima aparição na empresa ‘reservada’ para um evento programado em seu país natal, o UFC Rio. No entanto, os planos da empresa mudaram e ‘Poatan’ foi escalado como o grande protagonista do UFC 300 deste sábado (13), em Las Vegas (EUA). No centenário e midiático show, o detentor do cinturão dos meio-pesados (93 kg) coloca seu título em jogo contra Jamahal Hill na luta principal. Entenda como a ascensão meteórica e o status de estrela global atingido pelo striker paulista provocou essa ‘dança das cadeiras’ nos bastidores e o ajudou a ‘trocar’ um evento pelo outro.

Indefinição e senso de urgência do UFC

A ordem hierárquica de prioridades talvez seja o principal motivo que explique a ‘transferência’ de Poatan do UFC Rio para o UFC 300. Com a pressão de apresentar ao público uma luta principal à altura do card centenário, Dana White admitiu que o posto estava indefinido. A principal aposta para garantir o sucesso comercial do evento seria o retorno de Conor McGregor, principal estrela do esporte. No entanto, o falastrão irlandês estava fora de cogitação e ainda nem sequer agendou sua volta aos octógonos.

Com ‘Notorious’ de fora da equação, os nomes de Jon Jones e Israel Adesanya surgiram como fortes concorrentes à vaga. ‘Bones’, porém, não se recuperaria de lesão a tempo de competir no UFC 300. Já ‘Izzy’, que tende a encarar Dricus du Plessis pelo cinturão até 84 kg, viu o campeão sul-africano negar a proposta, alegando pouco tempo de preparação. Desta forma, já com o alerta ligado e pensando nas alternativas possíveis, o Ultimate resolveu realocar Poatan de evento para ‘salvar’ o show centenário de Las Vegas.

“Com certeza, todo mundo vem falando que quer me ver lutar no Brasil. Eu expliquei para todo mundo (a situação), falei como seria lutar aqui (EUA) e no Brasil. Muitas pessoas às vezes não sabem que eu moro nos Estados Unidos. Então para mim seria muito mais fácil, para não ter um desgaste de viagem, estou mais perto. Mas as coisas vêm acontecendo. Bom, eu iria lutar lá no Brasil. Vamos ver como vão ser as coisas, o que eles (UFC) decidirem, estou lutando, não importa o lugar. Mas se é para escolher, tenho minhas preferências”, explicou Alex, em entrevista exclusiva à Ag Fight.

Popularidade e ‘intuição’ para o UFC 300

Com um carisma natural, Poatan ultrapassou a barreira do idioma e se tornou rapidamente uma estrela global. Isso foi provado na espécie de ‘tour’ que o UFC promoveu com o brasileiro nos EUA e em países do continente europeu – onde o striker arrastou multidões. Com um estilo de luta único, Alex se tornou o atleta a conquistar dois cinturões em categorias diferentes de forma mais rápida na história da companhia. E, até por conta de tais credenciais, o campeão até 93 kg pressentia que o chamado pelo UFC 300 viria, mesmo com tudo acordado para competir no UFC Rio.

“Eu tinha isso em mente, eu queria lutar no UFC 300. Cheguei a falar com meu empresário: ‘Pô, quero lutar no UFC 300’. Aí ele: ‘Não, você vai lutar no Brasil e está tudo certo’. Mas aí eu falei: ‘Vê lá’. E ele: ‘Não, é no UFC Brasil mesmo’. Aí disse assim para ele: ‘Você vai ver, eles vão me colocar nesse card, você vai ver’. E ele: ‘Não vão, é impossível’. Aí estamos aqui hoje (fazendo a luta principal)”, relembrou Poatan, em conversa com a Ag Fight.

UFC Rio: um sonho improvável

Apesar de ter sido mudado de evento, Poatan não apagou o UFC Rio da mente e faz planos ousados. O brasileiro tem o desejo – mesmo que improvável – de entrar em ação em ambos os cards. O tempo, porém, é inimigo do striker. Afinal de contas, o UFC 300 e o evento na ‘Cidade Maravilhosa’ são separados por apenas três semanas. Desta forma, seria necessária uma vitória contra Hill sem sofrer danos e uma volta relâmpago ao cage, com algum adversário topando competir de última hora pelo título – um cenário raro no esporte.

“Não ficou no passado (plano de lutar no UFC 300 e UFC Rio), vamos ver o que acontece. Se tudo der certo…”, projetou Alex, em tom esperançoso.

No posto de protagonista do evento mais aguardado da temporada até então, Poatan entra em ação na luta principal para tentar defender seu cinturão dos meio-pesados. Caso volte a brilhar em meio aos holofotes de Las Vegas, o striker brasileiro consolidará ainda mais seu status de estrela global da principal liga de MMA do planeta.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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