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Natassia del Fischer/PxImages

UFC

Chimaev admite que cogitou estar com câncer por causa de efeito prolongado da COVID-19

Nos últimos estágios de sua recuperação após uma longa batalha travada contra os efeitos prolongados da COVID-19, Khamzat Chimaev resolveu abrir o jogo sobre o que passou pela sua cabeça em alguns dos piores momentos vividos por ele neste período. Em entrevista ao ‘RT Sport’, o lutador do UFC admitiu que chegou a temer pelo pior, e inclusive considerou que seu estado de saúde pudesse ter ligação com outra condição médica, tão grave quanto a COVID-19.

Prestes a ter a oportunidade de dar um salto na carreira, ao ter um confronto com o inglês Leon Edwards agendado, Khamzat viu o duelo contra o lutador do top 3 dos meio-médios (77 kg) ser cancelado em três oportunidades por conta da COVID-19. Com dificuldades para se livrar dos persistentes sintomas da doença, o russo naturalizado sueco foi levado para Las Vegas (EUA) pelo UFC, onde ficou sob os cuidados de médicos apontados pela organização.

A mudança, no entanto, não surtiu o efeito desejado. Enquanto passava pelo tratamento, o lutador voltou aos treinos e piorou seu quadro clínico, chegando a tossir sangue. Fato que levou Chimaev a cogitar sua aposentadoria do esporte. Passado o susto, o sueco admite que a publicação feita por ele nas redes sociais, e que pegou de surpresa a comunidade do MMA, foi feita sob efeito do forte estresse emocional causado pela doença e pelo fato de não poder treinar e tampouco competir.

“Aquelas foram palavras emotivas. Eu estava doente por dois meses e não conseguia me recuperar daquilo. Era muito tempo. Eu estava me sentindo doente, estressado pelo fato de que eu não podia lutar, não podia nem ao menos treinar. Foi por isso que eu postei aquilo. Não é como se eu tivesse dado minha palavra que me aposentaria. Eu disse: ‘Talvez esse seja o final para mim’. Talvez esteja acabado, talvez não. Eu não sei. Nós não sabemos o que o Todo Poderoso tem preparado para nós”, explicou Khamzat, antes de comentar sobre o tratamento em Las Vegas.

“Sim, (o tratamento médico em Las Vegas) foi bom, mas eles me fizeram treinar. Eu estava indo bem inicialmente, aí eles me disseram que eu poderia começar a treinar cardio, e eu me senti mal novamente. Eu fui para o banheiro e comecei a tossir sangue. Isso deixou minha cabeça perturbada. Honestamente, isso me assustou. Câncer? Tipo: ‘Eu estou doente há tanto tempo, por que isso não vai embora?’ Pensamentos diferentes estavam passando pela minha cabeça. Além disso, eu estava sozinho em Las Vegas, lutando para superar tudo”, concluiu.

Ainda com pouca experiência no MMA profissional, no qual iniciou sua trajetória em 2018, Khamzat Chimaev se tornou uma das sensações do UFC no ano passado, após vencer de forma contundente três combates em pouco mais de dois meses desde a sua estreia na liga. Bom também com o microfone nas mãos, o lutador de origem chechena logo garantiu uma vaga no ranking dos meio-médios (77 kg) e um confronto contra o então terceiro colocado na lista, Leon Edwards, que acabou ficando apenas no papel, devido à COVID-19.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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