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Louis Grasse/PxImages

UFC

Brandon Moreno defende treinador acusado de racismo contra Deiveson

Focado em garantir um quarto combate consecutivo contra Deiveson Figueiredo, mais uma vez com o cinturão peso-mosca (57 kg) do UFC em jogo, Brandon Moreno não está nada satisfeito com a postura adotada pelo brasileiro recentemente. De fato, o mexicano acusa o campeão de usar uma narrativa falsa para tentar fugir da disputa contra ele.

Desde que foi derrotado por Figueiredo no terceiro capítulo da trilogia entre eles, em janeiro deste ano, Moreno iniciou uma campanha pública visando conseguir um novo duelo contra o paraense, a fim de tentar recuperar o cinturão dos moscas. O mexicano até parecia contar com o apoio do UFC em sua empreitada, mas, recentemente, o campeão manifestou publicamente seu desejo de encarar Kai Kara-France e de negar uma nova oportunidade de lutar pelo título ao ‘Assassin Baby’, citando como justificativa um episódio de racismo por parte de um treinador da equipe do lutador latino contra ele.

Em junho do ano passado, às vésperas do segundo confronto entre os astros do peso-mosca do Ultimate, o argentino Marcelo Rojo, então companheiro de equipe e membro do corner de Brandon Moreno, foi acusado de protagonizar um episódio de racismo contra Deiveson ao utilizar um filtro do ‘Instagram’ onde o brasileiro aparecia com uma cara de macaco durante a transmissão ao vivo da coletiva de imprensa do UFC 263 através de sua conta oficial no aplicativo. Em entrevista à ‘ESPN Deportes’, o mexicano defendeu o colega das acusações e negou que o mesmo tenha cometido o polêmico ato de forma preconceituosa.

“É uma idiotice. Ele estava brincando com o telefone e fazendo uma live no Instagram, se não me engano, e estava usando vários filtros. É uma pena que não tenhamos o vídeo completo, porque era uma live, e ele não gravou. Estava colocando filtros em todo mundo. No Dana White, nos meus companheiros de equipe, e ele até usou um filtro em mim. Ele estava mudando os filtros e apareceu um filtro de macaco no Figueiredo, isso é verdade, e alguém nesse momento fez uma captura de tela. Nós não sabemos quem, e ele começou a chamar Marcelo Rojo de racista. E você conhece o Marcelo, não vai me deixar mentir: Marcelo não é uma pessoa racista”, afirmou Moreno.

A reclamação de Deiveson, inclusive, é vista por Moreno como uma forma de evitar enfrentá-lo novamente. Na visão do mexicano, o campeão dos moscas sabe do perigo que corre de ser destronado mais uma vez por ele e deve enxergar no duelo contra Kai Kara-France uma disputa mais favorável. Apesar de toda a polêmica levantada pelo brasileiro, o ‘Assassin Baby’ segue confiante que a quarta batalha entre eles sairá do papel, muito em função dos planos do próprio UFC.

“Eu já conversei com o UFC, com os principais caras na organização. Eles me falaram que a quarta luta está definida. Em algum ponto, eles me falaram para não me preocupar. Que o plano era para que eu lutasse novamente pelo título. Então, eu acho que, nesse momento, Deiveson está correndo de mim. Eu não estou mentindo. O UFC quer Deiveson Figueiredo vs Brandon Moreno 4. Eu já disse sim, mas a outra parte ainda não”, declarou Moreno, antes de completar.

“Ele precisa entender que ele ainda é o lado B nisso, e isso não é culpa minha. Eu só estou aqui para lutar e ser o melhor. As chances para ele perder essa luta contra mim são muito altas e ele vê uma oportunidade melhor contra Kara-France para manter o cinturão e ganhar algum dinheiro. Mas ele sabe que a única ‘luta do dinheiro’ para ele é contra mim”, finalizou o ex-campeão.

A rivalidade entre Deiveson Figueiredo e Brandon Moreno teve início em dezembro de 2020, quando os astros do peso-mosca se enfrentaram pela primeira vez. A luta, disputada no UFC 256, terminou empatada e, com isso, o brasileiro manteve o cinturão até 57 kg sob sua posse. Na revanche, seis meses depois, o mexicano levou a melhor e encerrou o reinado do ‘Deus da Guerra’, fazendo história como o primeiro lutador nascido no México a conquistar um título do Ultimate.

Já no terceiro capítulo da trilogia entre eles, Deiveson se vingou do rival e, por pontos, garantiu a vitória no UFC 270, realizado em janeiro deste ano, reconquistando o cinturão peso-mosca e empatando o placar do confronto. Agora, cada lutador possui uma vitória sobre o outro e um empate. Resta saber se o Ultimate promoverá o tira-teima ou se acatará o pedido do brasileiro.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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