Para Wanderlei, o nível de MMA de Anderson é fruto de muito trabalho – Jon Roberts/Ag Fight
Anderson Silva é conhecido pela habilidade espetacular em pé e pelos incríveis nocautes que conseguiu ao longo de sua carreira. A unicidade de suas características faz com que a análise de quem vê o ‘Spider’ em ação aponte para um raro talento natural. Não é, entretanto, o que pensa Wanderlei Silva. Companheiro do veterano do UFC no início de suas carreiras, na academia paranaense Chute Boxe, o lutador do Bellator avaliou como o ex-campeão chegou ao nível que encantou o mundo.
‘Wand’ foi na contramão do senso comum e, durante entrevista ao canal do site ‘PVT’ no YouTube, afirmou que o estilo de treino inteligente de Anderson e o volume de suas atividades fizeram com que ele alcançasse um patamar dificilmente igualado. ‘The Axe Murderer’ ainda comentou que, quando começaram a treinar juntos, acreditava que Silva era “bunda mole” nos sparrings por não se expor tanto a golpes quanto seus colegas.
“Ele é um cara bem profissional. O diferencial dele sempre foi o tanto que ele treina. Qualquer um que treinar o tanto que ele treina e da maneira inteligente que ele treina vai atingir um resultado parecido com o dele. Ele é um cara talentoso, óbvio, mas o diferencial dele era o esforço”, falou.
“O diferente dele é que ele treinava muito. Ele ficava pulando com aquela bolinha dele… Mas no sparring… Treino não se comenta, mas no sparring ele era meio bunda mole (risos). Até o Rafael (Cordeiro) falava: ‘Oh, Anderson! Fique direito aí!’. Mas ele passou por cima disso e virou esse grande talento. O diferencial dele é o treino. Acho que a palavra talento deveria ser riscada do dicionário. O cara pode ter uma aptidão, mas se não treinar, não adianta. Principalmente, um treino braçal como o nosso. Se eu pudesse deixar uma dica para a rapaziada que está vendo, se você quer ser campeão, faça mais do que os outros fazem”, completou.
Wanderlei, que perdeu suas duas últimas lutas no Bellator, afirmou na mesma entrevista que sente sintomas de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). Segundo o ex-campeão do Pride, ele acreditava no início da carreira que levar mais golpes fazia com que o atleta aguentasse mais sem ser nocauteado.