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Thomas Almeida revela ajuda da análise de vídeos para evoluir mesmo longe do UFC

Thomas Almeida fez sua última luta pelo UFC em janeiro de 2018 – Diego Ribas

Recuperado da séria lesão no olho esquerdo que o afastou dos octógonos por um longo período, Thomas Almeida tem um objetivo claro em sua mente: voltar a lutar o mais breve possível, de preferência no evento do UFC especulado para acontecer em São Paulo, sua cidade natal, em maio. Os mais de dois anos longe das competições podem gerar dúvidas do público sobre suas condições para o retorno, mas, de acordo com o peso-galo (61 kg) brasileiro, sua evolução como lutador não parou de acontecer mesmo durante o tempo em que não podia sequer treinar por recomendações médicas.

Afastado dos octógonos desde janeiro de 2018 – quando foi derrotado por Rob Font, no UFC 220 -, ‘Thominhas’ revelou, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, que busca uma vaga no card do próximo evento do Ultimate em São Paulo, que, segundo especulações, deve acontecer no dia 9 de maio. O peso-galo, que passou por uma cirurgia em seu olho esquerdo no início do ano passado, pretende provar que o hiato, forçado pela lesão, não vai atrapalhar sua carreira daqui para frente. Apesar do longo processo de recuperação, e de até mesmo ter passado dois meses sem ter autorização médica para treinar, o brasileiro procurou se manter conectado com o esporte de outras formas, como a análise de combates de seus ídolos e dos possíveis adversários da categoria.

“Nesse período que você fica sem fazer nada, você tem que fazer sua chama reacender. É muito difícil porque a gente está acostumado a ter uma vida ativa, sempre treinando, lutando, e entra esse período, que é uma coisa atípica. Mas eu tentava estar sempre com a minha cabeça no esporte, de outras maneiras, seja assistindo as lutas, assistindo vídeos de lutadores que eu sou fã. Então, busquei nunca desconectar a minha mente da luta. Todos os dias eu tentava fazer isso. Até porque eu tinha muito tempo livre (risos)”, contou Thomas Almeida, antes de completar.

“Gosto de assistir as lutas do Georges St-Pierre, do Jon Jones, Daniel Cormier, do próprio Khabib, caras que sempre foram grandes campeões. Rafael dos Anjos também, que foi um cara que sempre deu a volta por cima, tem uma história de resiliência muito legal, um lutador que eu sou muito fã. E também lutadores da minha categoria, possíveis adversários. Gosto de estar sempre me atualizando sobre o que está acontecendo”, declarou o atleta da ‘Chute Boxe Diego Lima’.

Empolgado com o fato de estar completamente recuperado e próximo de agendar seu retorno aos octógonos, Thomas mantém um pouco de cautela quanto ao futuro próximo. Tratado como uma das grandes promessas do MMA nacional quando surgiu, o peso-galo manteve durante grande parte de sua carreira, até aqui, uma média alta de combates por ano. Ainda que admita sua vontade de se manter o mais ativo possível, especialmente após os mais de dois anos afastado das competições, o brasileiro afirmou que, pensando na longevidade de sua trajetória no esporte, priorizará a saúde na hora de planejar sua temporada.

“Depende do corpo, de como vai ser o camp de cada luta, como vai ser a luta em si. Eu sou um cara que priorizo a saúde, até mesmo pensando em uma carreira a longo prazo, acho importante pensar nisso. Então, se o corpo estiver bem, se o corpo estiver saudável, eu acho que de três a quatro lutas no ano é um número legal. Gosto de estar sempre ativo, sou um cara competitivo, mas a saúde vem em primeiro lugar”, destacou o lutador paulistano, antes de projetar o que consideraria como a temporada ideal.

“Meu ano ideal seria buscar o maior número de vitórias possível, buscar meu espaço entre os tops da categoria, e quem sabe me aproximar de uma disputa de cinturão, que é o objetivo de todo lutador”, especulou o peso-galo.

Com 17 de suas 21 vitórias no MMA profissional vindo através de nocaute, e com apenas duas de suas 24 lutas sendo decididas pelos juízes, Thomas tem no estilo agressivo uma marca registrada. No entanto, a séria lesão na vista, além dos três reveses em suas últimas quatro pelejas, contribuiu para que o lutador pense em uma mudança de estratégia para sua sequência no esporte. Apesar de afirmar que não mudará sua essência, o peso-galo admitiu que pretende escolher melhor os momentos para se expôr durante os combates.

“Não tem como mudar muito a essência. Quando um lutador começa a querer mudar sua essência, eu vejo como um problema. Agora, usar a agressividade na hora certa, no momento certo, é outra conversa. É para esse lado que eu estou caminhando. Sou um lutador que sempre busca o nocaute ou a finalização, e isso vai continuar, está no meu DNA. Mas esperar o momento certo é um lado que eu estou buscando na minha evolução como atleta”, finalizou o brasileiro.

No MMA profissional desde 2011, Thomas Almeida, de 28 anos, acumula 21 vitórias e três derrotas em seu cartel. Após iniciar a carreira com 20 triunfos consecutivos, o peso-galo amarga três reveses em suas últimas quatro lutas.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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