Matt Brown enfrentaria Miguel Baeza no próximo dia 28 – Rigel Salazar/ PXImages
Nesta semana, Dana White, sem conseguir realocar os próximos três eventos do UFC, viu-se obrigado a cancelá-los por conta da pandemia global do coronavírus. Assim, os atletas que se preparavam para lutar nos dias 21, 28 de março e 11 de abril deste ano não têm data prevista para retornar aos octógonos, como o meio-médio (77 kg) Matt Brown, que vem de duas vitórias seguidas por nocaute. Entretanto, o americano revelou a razão por ter torcido para que ainda luta acontecesse e destacou que essa vontade vai muito além da questão financeira.
Em entrevista ao site ‘MMA Fighting’, divulgada nesta quarta-feira (18), Matt Brown explicou o motivo que quis manter a luta de pé, independente da rápida dispersão do COVID-19 ao redor do mundo. Aos 39 anos, o atleta, que compete no UFC desde 2008 e tem 15 vitórias na organização, enfrentaria Miguel Baeza no dia 28 de março. Porém, a pandemia alterou seu planejamento.
“Todos falam sobre ganhar a vida e ser parte disso. Esse é o nosso trabalho, mas realmente é quem nós somos. É a nossa identidade. É assim que nós vivemos nossas vidas. Essa é a grande maioria de nós”, ressaltou Brown sobre como são os cancelamentos para os lutadores. “Quando você tira isso (a luta, a competição) de nós, você está tirando uma parte das nossas identidades. Eu digo a todos, se eu tivesse 1 bilhão de dólares, eu ainda iria à academia todos os dias. Não mudaria minha vida. Se eu tivesse “zero” dólar, eu ainda iria à academia todos os dias. Eu não mudaria o que eu faço”, destacou o atleta.
Ao longo do processo de realocação dos eventos, Brown manteve-se focado em sua luta. O Ultimate cogitou até em realizar os próximos shows em reservas indígenas, as quais não respondem inteiramente à legislação dos Estados Unidos. No entanto, nada feito e, além do combate cancelado por conta do coronavírus, a academia onde Matt treina também foi impactada pela doença. Para o lutador, não está clara ainda a conduta ideal para lidar com o COVID-19, mas afirma compreender a ideia de que seria melhor ‘prevenir do que remediar’.
“Se nossas mentes estão na data (do combate) há tanto tempo e na pessoa contra quem você irá lutar há tanto tempo, você não irá mudar isso. Mesmo nos momentos que eu tive que desistir por lesão, parece estranho (o cancelamento) por alguns dias. Porque sua cabeça ainda está na data e no oponente. É quase como um período de reabilitação como ‘isso é real’?”, desabafou o atleta.
Além do UFC, o COVID-19 alterou os planos no mundo do esporte, como os da NBA e dos campeonatos de futebol, por exemplo. A doença já atingiu 159 países e infectou aproximadamente 179 mil pessoas. O número de mortos confirmados é cerca de 7400 ao redor do mundo.