Marlon é o atual número um no ranking peso-galo do UFC – Leandro Bernardes/PXImages
A escolha de José Aldo, e posteriormente de Dominick Cruz para substituir o brasileiro, como desafiante ao cinturão peso-galo (61 kg), atualmente em poder de Henry Cejudo, ilustrou a preferência do UFC, ao menos momentânea, em promover atletas de renome, ainda que sem histórico recente positivo, em detrimento de uma nova geração que vem em franca ascensão na categoria. No entanto, essa troca de guarda natural está próxima de acontecer na divisão, pelo menos é o que aposta Marlon Moraes.
Em entrevista ao vivo pelo ‘Youtube’ à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui), Marlon enalteceu novos nomes que tem surgido no peso-galo e projetou que, em pouco mais de um ano, os ex-campeões Dominick Cruz, TJ Dillashaw – atualmente cumprindo suspensão por doping – e Cody Garbrandt serão superados pela nova safra de atletas da categoria. O brasileiro criticou ainda o baixo número de apresentações dos veteranos nos últimos anos, em especial Cruz, pois isso travaria uma possível troca de guarda dentro dos octógonos e manteria o nome deles sempre em alto, ainda que estejam basicamente inativos.
“O Dominick Cruz, o TJ Dillashaw, o Cody Garbrandt são três dos caras com um pouco mais de nome nessa categoria. Para a gente conseguir chegar aonde esses caras chegaram, a gente tem que vencê-los. Mas fica impossível lutar com esses caras. O Dominick Cruz já negou de lutar comigo umas três vezes. Então, é difícil para a gente conquistar o espaço deles, sem que eles enfrentem um de nós. Mas eu acredito que em um ano a nova safra já vai atropelar esses caras e vai mudar muita coisa. Eles não vão ter saída, vão ter que lutar com a gente. Tem uma galera nova chegando para atropelar”, projetou Marlon, antes de completar.
“Eu vejo a galera em um nível bem acima do Dominick Cruz hoje. Posso citar três agora fácil: o Petr Yan, o Cody Sandhagen e o (Aljamain) Sterling. São três caras que eu vejo a frente dele. São mais fortes, completos, que lutam em todas as áreas, e são caras que não se machucam. Hoje, se você me perguntar se eu assinaria para lutar com um desses três ou com o Dominick Cruz, mesmo com o nome do Cruz e tudo que ele carrega, eu não sei se eu aceitaria porque é uma luta que você vai treinar e não vai lutar com ele. Então, eu acho que em um ano, um ano e meio, vai dar uma renovada boa nessa categoria, e acho que é uma das divisões mais fortes do UFC”, concluiu o lutador natural de Nova Friburgo (RJ).
Além dos ex-campeões citados pelo brasileiro, a categoria conta ainda com o eterno Urijah Faber, nome marcante da divisão há anos, assim como José Aldo e Frankie Edgar, ambos ex-detentores de cinturões em classes de peso mais pesadas e que decidiram migrar para os galos recentemente. Enquanto aguarda o momento da troca de guarda, Marlon Moraes está escalado para enfrentar o russo Petr Yan, em combate originalmente marcado para o UFC Cazaquistão, no dia 13 de junho, mas que pode sofrer alterações na data e no local em razão da pandemia do novo coronavírus.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.