Siga-nos

Notícias

Jorge Masvidal admite desconforto com popularidade conquistada no UFC

Jorge Masvidal venceu três lutas de forma consistente em 2019 – Scott Garfitt

O ano de 2019 vai ficar marcado na história de Jorge Masvidal. Com três vitórias impactantes, todas por nocaute ou nocaute técnico, e a última, sobre Nate Diaz, no UFC Nova York, valendo a conquista do cinturão ‘BMF’ (lutador ‘mais durão’), o meio-médio (77 kg) viu sua popularidade aumentar exponencialmente. Porém, o crescimento de sua fama traz mais atenção tanto da mídia quanto dos fãs, fato que o americano admite que o incomoda às vezes.

Ativo no MMA profissional desde 2003 e no UFC há mais de seis anos, ‘Gamebred’, como é conhecido, ainda não havia atingido o patamar esportivo e comercial que alcançou neste ano. A vitória sobre o inglês Darren Till em território inimigo, o nocaute mais rápido da história do Ultimate sobre Ben Askren e a grande apresentação diante de Nate Diaz, que lhe rendeu o título ‘BMF’ – criado especialmente para esta disputa –, fizeram de Masvidal uma superestrela do esporte. Ao canal do Youtube ‘Below The Belt With Brendan Schaub’, o lutador revelou que sente dificuldade em ser amigável sempre com todos, nesta nova vida que o sucesso lhe trouxe. Como solução, ele admitiu que tem passado mais tempo em sua residência a fim de evitar o contato com o público.

“Eu apenas fico dentro de casa a maior parte do tempo agora. Eu não sou bom com conversa fiada, então quando eu tenho que fazer isso o tempo todo, como quando eu vou ao supermercado e tiro 15 fotos – as conversas. Se é só tipo uma foto e tal, tudo bem, mas quando são muitas perguntas… E eu trato todo mundo igual. Eu aperto a mão de cinco caras, eu não vou ser um babaca contigo tipo: ‘Ah, você é o sexto, sai da minha frente’. Então, isso para mim, ter que se manter afiado o dia inteiro? E mais, minha ansiedade começa a aparecer, então eu fico dentro de casa na maior parte (do tempo). Grandes multidões me dão ansiedade, tipo estar naquelas rodas-punk”, explicou o atleta do UFC.

Apesar do desconforto no trato pessoal com os fãs, Masvidal está ciente do compromisso que tem com o público que o idolatra. Porém, o meio-médio admitiu que a atenção recebida gera alguns inconvenientes até mesmo em sua carreira. O assédio sofrido na academia da ‘American Top Team’, seu local de trabalho, fez inclusive o lutador mudar sua rotina de treinamentos.

“Estou treinando na minha casa também, na maior parte do tempo, porque agora quando eu vou para a academia (tem) sessão de fotos, sabe, é maluco. E essa é a única hora que eu fico irritado, de verdade – quando eu estou no trabalho. Eu não apareço no trabalho de ninguém e começo a f*** com eles. ‘O que você está fazendo nesse computador’. Sabe? Uma coisa é você tirar uma foto, mas aí eles começam a falar com você enquanto você está no meio do trainamento. É tipo: ‘Meu irmão, minha cabeça está em outro lugar’”, concluiu.

O ótimo momento vivido por Jorge Masvidal o colocam no comando de seu futuro. Atual terceiro colocado no ranking até 77 kg do UFC, o meio-médio pode pleitear uma disputa pelo cinturão da categoria contra o vencedor de Kamaru Usman e Colby Covington, que duelam no dia 14 de dezembro, em Las Vegas (EUA). Outra opção válida seria buscar um confronto contra Floyd Mayweather, que já declarou que pretende retornar ao boxe profissional em 2020, possivelmente contra uma estrela do Ultimate. A peleja poderia render uma recompensa financeira superior a qualquer combate de MMA do qual possa participar.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Notícias