Tibau voltou para os Estados Unidos, onde mora, sem receber pela luta – Diego Ribas
O Battlefield FC 2, evento realizado em Macau, na China, no último sábado (27), teve um card repleto de grandes nomes do MMA. Will Brooks, ex-campeão peso-leve (70 kg) do Bellator, Gleison Tibau, veterano de 28 lutas no UFC, Bryan Caraway, ex-top 10 do Ultimate… Ingredientes importantes para uma organização de elite no esporte. No entanto, o que se viu foi uma lembrança dos tempos amadores das artes marciais mistas: a liga deixou os atletas sem pagamento.
A informação, inicialmente publicada pelo site ‘The Body Lock’, foi confirmada à Ag. Fight por Tibau, que venceu a luta principal do evento contra Brooks após uma contestável interrupção do árbitro. Em entrevista exclusiva à reportagem, o brasileiro explicou como se deu o calote e declarou que as desculpas da organização ainda não parecem confiáveis.
“Ninguém recebeu. O evento mandou todo mundo para os quartos e avisou que pagaria às 2h. Ficamos todos esperando. Quando chegou o horário combinado, mandamos mensagens, eles avisaram que já chegariam, até que sumiram. O horário do meu voo estava chegando, eu precisava estar no aeroporto às 6h, e acabei embarcando. Eles só mandaram mensagem quando eu estava na conexão Coreia-EUA. Explicaram que o responsável pelo dinheiro tinha sumido e se desculparam. Prometeram transferir o dinheiro na próxima semana. Mas depois desse acontecimento, não sinto confiança. Já entreguei para os meus empresários e eles resolverão isso para mim”, afirmou.
“Fui lá, fiz o meu trabalho, bati o peso, lutei, cumpri o contrato. E eles fazem esse papelão. Tantos anos de carreira e passar por uma situação dessa. Que papelão. Eu quero acreditar na versão deles e que na próxima semana eles façam esse pagamento para todos os lutadores, porque nós vivemos disso. São muitos gastos com camp, preparação, deslocamentos. É um absurdo. Não deveria acontecer isso hoje em dia”, completou o potiguar.
Não foi a primeira vez que o Battlefield causou problemas a seus lutadores. Em 2017, na primeira edição do evento, também houve queixas de falta de pagamento. E, mesmo antes de o Battlefield FC 2 acontecer, as suspeitas de calote já causaram baixas: em um post na sua página do Facebook, ainda na quinta-feira (25), o veterano árbitro Steven Perceval publicou que “promessas quebradas” pela liga o fizeram desistir.
“Neste momento, eu deveria estar em um voo para Macau, mas não estou. Eu estava agendado para trabalhar em um evento em Macau neste fim de semana, mas, por má organização e promessas quebradas pela promoção do evento, eu decidi não pegar meu voo para Macau hoje à noite. A decisão a que eu fui forçado a finalmente tomar, já no aeroporto, não foi fácil. O estresse de tentar me organizar com o promotor nas últimas semanas finalmente cobrou seu preço e decidi não seguir em frente. Sinto pelos lutadores, que, em vez de receberem um grupo de árbitros altamente qualificados e experientes, vão receber quem sabe o quê”, escreveu (veja abaixo ou clique aqui), praticamente prevendo o que aconteceria na luta principal do show.
O Battlefield FC 2 ainda tinha em seu card outros brasileiros, como Júlio César ‘Morceguinho’, Kaik Brito, Wagner ‘Caldeirão’, Vanessa Melo, Ricardo Tirloni e Bruno Miranda. Karol Rosa chegou a ser anunciada pelo evento como adversária de Jan Finney, mas acertou com o UFC pouco depois e se livrou de passar este ‘perrengue’. A reportagem da Ag. Fight entrou em contato com a organização do show, mas, até o fechamento desta matéria, não recebeu resposta.
