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Atletas em ação na liga de tapa na cara Power Slap.
A Power Slap, criada por Dana White, divide opiniões entre fãs e competidores - Louis Grasse/Ag Fight

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Estudo indica sinais de lesão cerebral em 80% dos atletas das ligas de tapa na cara

A liga de tapas na cara, que tem na Power Slap, criada por Dana White, sua maior organização, é uma modalidade que tem crescido em alcance e popularidade – sobretudo nos Estados Unidos. A prática, porém, ainda divide opiniões por conta de eventuais riscos à saúde dos competidores. O que antes era uma dúvida geral agora possui embasamento científico. Afinal de contas, um estudo acadêmico indicou que 80% dos atletas que disputam os duelos de tapas na cara apresentam sinais visíveis de lesões cerebrais – as chamadas concussões – durante os confrontos.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh analisaram 333 tapas em busca de sinais visíveis de concussão. Eles afirmaram que mais da metade das sequências de ataques resultaram em participantes mostrando sinais visíveis de concussão, com 80% dos lutadores demonstrando pelo menos um sinal de concussão durante as disputas. Os especialistas relataram os resultados em um artigo publicado na ‘JAMA Surgery’ – sendo o primeiro estudo acadêmico a fornecer uma avaliação quantificável dos possíveis perigos associados a esta atividade.

“As ‘lutas’ de tapas podem ser divertidas de assistir para um espectador leigo, mas como profissionais médicos, descobrimos que alguns aspectos das competições são bastante preocupantes. Nosso objetivo final é tornar todos os esportes profissionais mais seguros para a saúde neurológica dos atletas. É realmente difícil proibir qualquer esporte, mas é possível conscientizar sobre os malefícios associados. Ficamos intrigados com a perspectiva de aplicar análise de vídeo para identificar sinais de concussão em uma competição que não havia sido estudada anteriormente”, destacou Raj Swaroop Lavadi, pesquisador de pós-doutorado no departamento de neurocirurgia da Universidade de Pittsburgh.

Modalidade divide opiniões

Desde que a Power Slap, principal liga de tapa na cara do mundo, foi lançada, a modalidade ficou ainda mais em evidência, propensa a receber críticas e elogios. Há quem diga que o entretenimento e a adrenalina de acompanhar os shows in loco são sem igual. Do outro lado, até mesmo estrelas dos esportes de combate, como Sean O’Malley, detonam abertamente a prática, por conta de seus riscos. Afinal de contas, os atletas dão e recebem tapas de mão aberta sem qualquer tipo de proteção, sem ao menos poder se esquivar ou amortecer o impacto.

Dana White já veio a público criticar os ‘haters’ da modalidade. Por outro lado, um competidor de sua própria liga, Jewel Scott, admitiu os riscos de competir com práticas dessa natureza, afirmando, inclusive, sobre possíveis riscos de morte. Agora resta saber se o mais recente levantamento feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh pode ter um impacto real na opinião pública sobre a modalidade – afetando, assim, sua propagação e popularização mundo afora.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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