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Deiveson relembra deslumbramento no início pelo UFC: “Gastava R$ 10 mil em uma semana”

Deiveson Figueiredo é o atual primeiro colocado no ranking peso-mosca do UFC – Gaspar Bruno

A transição de uma vida inteira de dificuldades para as inúmeras oportunidades abertas ao se atingir o topo de sua carreira pode pegar muitas pessoas despreparadas para lidar com tamanha mudança. Em toda a história, inúmeros atletas foram vítimas de si mesmos e se prejudicaram, nos aspectos pessoal e profissional, ao se deixarem levar pelo deslumbre da nova realidade. Apesar de ser um esporte relativamente novo ainda, o MMA também já possui uma lista considerável de casos desse tipo, como o do brasileiro Deiveson Figueiredo, peso-mosca (57 kg) do UFC.

De origem humilde, o paraense admitiu – em entrevista ao vivo pelo ‘Youtube’ à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui) – que exagerou nos gastos no início de sua trajetória no UFC, quando passou a ter em suas mãos quantias financeiras que nunca chegaram perto de fazer parte de sua realidade no passado. A rapidez com a qual crescia no Ultimate, através de suas vitórias, era a mesma com a que gastava o dinheiro de suas bolsas. Com gastos que chegavam a R$ 10 mil por semana, segundo o próprio, Deiveson lembra que o pedido por novas lutas a seu empresário, Wallid Ismail, era uma constante, já que sempre ficava ‘no vermelho’. Porém, de acordo com o lutador, tudo mudou ao se tornar pai e perceber que precisava investir melhor sua renda.

“Quando eu entrei no UFC e vi dinheiro na minha frente pela primeira vez, eu confesso que gastei um absurdo. Eu gastava 10 mil em uma semana, é inacreditável. Até hoje o Wallid fala que eu sou um gastão de primeira. Mas depois que meu bebezinho chegou, eu já seguro mais a mão para não gastar. Tanto que, graças a Deus, eu já comprei uma fazenda, que meu pai toma conta. Agora é só investir nas cabeças de gado”, revelou Deiveson, antes de se aprofundar sobre seus gastos.

“Eu era um garoto que não tinha dinheiro para comprar as coisas, tipo roupa de marca. Não tinha grana para levar a namorada em restaurante legal. E quando eu peguei isso, eu levei minha mulher para uma loja, comprei roupa para ela, para mim. Todo dia comia no restaurante. E eu venho de família humilde, então era: ‘Faz isso para família, faz aquilo outro para filho’. E quando eu vi, voou meu dinheiro todo. ‘Wallid, marca outra luta para mim, por favor, porque eu estou liso, preciso lutar’. Acho que foram umas três lutas eu fazendo isso, (pedindo) para o Wallid marcar luta porque eu estava liso já, sempre gastando todo meu dinheiro”, relembrou o paraense.

No UFC desde 2017, Deiveson Figueiredo soma sete triunfos e apenas um revés no octógono mais famoso do planeta, se consolidando como um dos principais nomes do peso-mosca atualmente. Em sua última peleja, o paraense derrotou Joseph Benavidez por nocaute técnico, vitória que lhe renderia o cinturão vago da categoria até 57 kg do Ultimate. No entanto, o ‘Deus da Guerra’, como é conhecido, acabou sem o título, já que na pesagem oficial do evento acabou excedendo o limite de peso da divisão.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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