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‘Minotauro’ aprova ‘Borrachinha’ por montar próprio time: “Só chega se investir”

Rodrigo ‘Minotauro’ é embaixador do UFC atualmente – Gaspar Bruno

Com a experiência de quem competiu no MMA profissional por mais de 15 anos, e que ainda se mantém próximo à modalidade até os dias de hoje, Rodrigo ‘Minotauro’ viu o esporte, e tudo que o cerca, sofrer diversas mudanças significativas. No início de sua trajetória, no fim da década de 90 e começo dos anos 2000, o baiano presenciou os principais talentos brasileiros concentrados em poucas equipes, como a Brazilian Top Team, da qual fez parte. Com o passar do tempo, o cenário foi se modificando e os lutadores foram se espalharam por novas academias, até chegarmos ao período atual, onde os atletas com maiores condições buscam montar cada vez mais times específicos para cuidar de suas carreiras.

O movimento é visto pelo ex-campeão peso-pesado do UFC e do Pride como algo natural. Em entrevista ao vivo pelo ‘Youtube’ à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui), ‘Minotauro’ relembrou os tempos de glória como lutador da ‘Brazilian Top Team’ para apontar que já utilizava do recurso de montar sua própria equipe de trabalho, mesmo defendendo a bandeira maior da ‘BTT’. A independência total veio ao erguer – junto de seu irmão, Rogério ‘Minotouro’ – a ‘Team Nogueira’, onde, segundo ele, vários lutadores utilizam do mesmo expediente, selecionando os profissionais com quem se sentem melhores para trabalhar.

A ideia de montar seu próprio time tem sido bastante difundida nos últimos tempos, com alguns dos principais atletas do MMA brasileiro seguindo esta direção. Um dos maiores defensores desse movimento é Paulo ‘Borrachinha’ – número um no ranking dos pesos-médios (84 kg) do UFC -, que há tempos investe pesado em sua equipe, criada especificamente para ele. Investimento em si próprio, aliás, é uma tecla em que ‘Minotauro’ bate ao justificar o seu sucesso e o êxito de qualquer lutador.

“Eu tenho vários atletas da Team Nogueira que tem sua própria equipe específica. Na época da luta, mesmo o lutador treinando em uma equipe, ele vai juntar três ou quatro caras que se adaptam ao adversário, os caras que sejam melhores naquela arte marcial que o adversário vai fazer. Então, é a maneira de criar um camp mais específico. Na minha academia tem seis treinadores, de repente, ele se adapta melhor com dois, então ele pega esses dois. Ou ele pode não gostar (por exemplo) do meu treinador de muay thai, aí ele vai e traz o dele. A gente sempre aceitou que a galera montasse o seu próprio camp”, explicou ‘Minotauro’, antes de completar.

“Eu sempre gostei de fazer o meu próprio camp também, dentro da ‘BTT’, que era a melhor academia que tinha. Eu sabia que a BTT era melhor na parte de Greco-romana e jiu-jitsu, eu usava a Greco-romana e o jiu-jitsu deles, mas a parte de trocação eu tinha meus próprios treinadores. Então, é uma tendência, sim. Mas o lutador tem que investir nele mesmo. Eu lembro que as pessoas falavam: ‘Ah, mas o Rodrigo tem sucesso’. Eu treinava com o treinador da seleção brasileira de boxe, o Luis Dórea, o Luiz Alves era presidente da Federação Brasileira de Muay Thai, um dos melhores treinadores de muay thai que tinha no Brasil, treinava na BTT. Então, eu investia em mim mesmo. Tinha o treino com o Darrell Gholar, que era um cara top no wrestling. Tem muitos lutadores que, às vezes, não querem investir também. Só vai chegar no resultado se investir em bons treinadores”, ressaltou o ex-lutador.

Uma das maiores lendas do esporte, Rodrigo ‘Minotauro’ se aposentou do MMA em 2015 com um cartel de 34 vitórias, sendo 21 por finalização, dez derrotas, um empate e um ‘no contest’ (luta sem resultado). O baiano construiu grande parte de sua carreira nas duas maiores organizações da história: Pride e UFC, sendo campeão dos pesos-pesados em ambas as entidades.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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