Notícias
Adesanya afasta rumor sobre infecção bacteriana e exalta sistema imune forjado na Nigéria
-
por
Neri Fung
Israel Adesanya coloca seu cinturão peso-médio em jogo diante de Yoel Romero neste sábado (7), no UFC 248. Porém, o cubano poderia não ser o único adversário a ser encarado pelo campeão. A apreensão mundial provocada pela epidemia do coronavírus e uma suspeita de infecção bacteriana por estafilococos levantada recentemente após um vídeo seu com um ferimento no braço viralizar poderiam atrapalhar os planos do atleta nigeriano justo na semana de sua primeira defesa de título.
Porém, em conversa com a imprensa – com a presença da Ag. Fight – após o treino aberto, Adesanya tratou de tranquilizar seus fãs e revelar que, após se consultar com os médicos do UFC, ficou constatado que não sofre com a infecção bacteriana em seu corpo. O campeão ainda minimizou o possível temor pela propagação do coronavírus, que aflige a população mundial, ao relembrar que em sua infância na Nigéria chegou a contrair malária diversas vezes. De acordo com ele, o sistema de defesa do seu corpo, talvez influenciado pelo passado no país africano, é diferente da maioria das pessoas, o que não permite ter receio da epidemia do vírus.
“Não foi nada (ferimento no braço). Todo mundo ficou: ‘Oh, veja isso’. Eu lambi a ferida no programa do Ariel (ESPN). Nada vai acontecer. Eu vou esfregar na cara do Yoel (Romero) se eu tiver que fazer. Vou dar a ele algo se ele quiser me agarrar. (…) Vi os médicos do UFC. Eles examinaram isso, está tudo bem. Não é nada maluco. Não existe fluido, não tem nada. Eu nem sei como é ter estafilococos. Acontece em todas as academias às vezes. Algumas pessoas tiveram de onde eu vim. Eu nunca tive e nunca vou ter”, afirmou Adesanya, antes de comentar sobre o receio pelo coronavírus e a confiança em seu sistema imune.
“Eu tive malária oito vezes, minha genética é diferente. Não me entenda mal, eu não estou acima da natureza, mas eu não sinto que sou capaz de ser afetado por isso. Vocês pensaram que eu estava com (infecção por) estafilococos essa semana, eu nunca tive estafilococos na minha vida, bate na madeira, e eu nunca vou ter. Sim (tive malária), quando criança. Você pode perguntar para a minha mãe, eu tive muitas vezes quando era criança. Meu sistema imune é diferente da maioria”, contou o campeão dos médios do UFC.
Seja pelo passado difícil ou não, uma quantidade considerável de atletas africanos têm se destacado recentemente no Ultimate. Atualmente, além de Adesanya, o UFC conta com outro campeão nascido na Nigéria em suas fileiras: Kamaru Usman, detentor do cinturão meio-médio (77 kg) da organização. Satisfeito com o bom momento vivido pelos lutadores provenientes da África, ‘The Last Stylebender’, como é conhecido, torce para que a popularidade do MMA e a empolgação de seus compatriotas cheguem ao mesmo patamar do futebol, principal esporte do país. Mais do que isso, Israel mira servir como um espelho para as crianças nigerianas que pensem em seguir seus passos.
“Tem sido lindo. As pessoas na Nigéria têm ficado acordadas até às 4h da manhã para assistir essas lutas (dos nigerianos). Eu quero ser o cara que quando lutar as pessoas fiquem acordadas até as 4h da manhã para me ver e celebrem até a meia noite do dia seguinte. Quero ser esse cara. Do mesmo jeito que eles fazem pela Copa do Mundo, quero o país inteiro fechado de cinco a 30 minutos quando eu lutar, e que pensem: ‘Nossa, um de nós está fazendo isso no palco mundial’. As crianças já estão pensando: ‘Isso é o que nós podemos fazer! Nós temos dois lutadores nascidos na Nigéria que são campeões ao mesmo tempo’. É um ótimo momento para África”, comemorou o lutador.
Invicto após 18 combates em sua carreira no MMA profissional, Israel Adesanya encara o veterano Yoel Romero na luta principal do UFC 248, que será realizado neste sábado, em Las Vegas (EUA). Um dos lutadores mais temidos da divisão, o cubano – que vem de duas derrotas consecutivas – busca espantar os resultados negativos recentes para finalmente conquistar o título da categoria até 84 kg.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.