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Treinador elogia técnica de Anderson Silva e diz que já esperava nocaute em Belfort

No dia 5 de fevereiro de 2011, o mundo parou para ver a chamada ‘Luta do Século’ entre os brasileiros Anderson Silva e Vitor Belfort, que mediam forças para ver quem ficaria com o cinturão do peso-médio (84 kg) do Ultimate, em show disputado em Las Vegas (EUA). E se a expectativa era alta para o duelo, o desfecho dele fez valer cada segundo da atenção do público, que viu ‘Spider’ acertar acertar um chute frontal e nocautear o rival no primeiro round – imagem esta que ficou eternizada no mundo do MMA.

Para entender melhor o que aconteceu naquela data histórica para a modalidade, que completa dez anos nesta sexta-feira, a reportagem da Ag. Fight entrou em contato com Ramon Lemos, um dos treinadores e corners de Anderson para o confronto. O profissional, especialista em jiu-jitsu, elogiou a mentalidade do brasileiro na preparação para o duelo e explicou o motivo pelo qual o final da luta não o surpreendeu.

Desde o início de sua carreira na modalidade, Anderson Silva sempre foi conhecido pela sua imprevisibilidade dentro do cage, com golpes ‘tirados da cartola’ contra adversários desprevenidos. Portanto, por já conhecer o estilo de Belfort, antigo parceiro de treinos, ‘Spider’ sabia como utilizar suas armas, principalmente o chute.

“Anderson foi forjado no mundo das artes marciais. Sempre esteve nos melhores eventos. E quando você é deste mundo e está competindo em alto nível há muito tempo, essa experiência te dá esta noção de tudo que está acontecendo e pode acontecer. O Anderson sempre teve noção de tudo. Tínhamos certeza da vitória. Acreditava que a luta ia terminar com aquele chute, porém não no rosto e sim na linha do abdômen”, disse.

Mas em um embate com tantos momentos chamativos, como o chute plástico que abreviou o duelo e a rivalidade entre os atletas acirrada na hora da encarada, não são poucos os registros marcantes daquela semana. Mas, para Ramon, que atualmente mora em Dubai (EAU), algo lhe chamou ainda mais a atenção no octógono.

“O que mais me marcou foi o quão rápido foi a luta e o tamanho da repercussão. Acredito que a rivalidade não foi o ponto forte da luta. A representatividade dos dois atletas no cenário das artes marciais se enfrentando foi a alavanca para esta luta marcar o o MMA mundial. Eles alavancaram o esporte, principalmente no Brasil, por serem quem já eram no mundo. Acredito que faltava este reconhecimento brasileiro. Esta luta foi o divisor de águas no MMA brasileiro, senão no mundo”, explicou o faixa-preta de jiu-jitsu.

Anderson Silva possui um cartel de 34 vitórias, 11 derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado) em mais de 23 anos de carreira. De 2006 a 2013 o brasileiro foi soberano no peso-médio do UFC, com dez defesas de cinturão seguidas, um recorde na divisão, até o momento. Em sua última apresentação, ‘Spider’ foi superado por Uriah Hall, em outubro de 2020, em duelo que marcou a sua despedida do octógono.

Por outro lado, no MMA profissional desde 1996, Vitor Belfort acumula 26 vitórias, 14 derrotas e um ‘No Contest’ (luta sem resultado) em seu cartel. O carioca de 43 anos não se apresenta desde maio de 2018, quando foi nocauteado por Lyoto Machida, em duelo que marcou sua última luta pelo Ultimate. O atleta assinou contrato com o ONE Championship há quase dois anos mas ainda não estreou pela organização.

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