Siga-nos

Entrevistas

Pelé Landy revela plano para vencer Popó no boxe: “Sonho que o nocauteio”

Um dos principais nomes durante a transição entre Vale-Tudo e MMA, José ‘Pelé’ Landy, de 48 anos, voltará a ação – após um hiato de sete anos sem competir profissionalmente – no próximo dia 25 de setembro, como um dos protagonistas da luta principal da segunda edição do Fight Music Show, que acontecerá na ‘Arena da Baixada’, em Curitiba (PR). Além do longo período inativo, o veterano terá pela frente um duro desafio: superar o tetracampeão mundial de boxe Acelino ‘Popó’ Freitas, de 46 anos, em uma luta de exibição sob as regras da nobre arte. Ciente da difícil missão, o cubano naturalizado brasileiro traça planos para derrotar o baiano e, até mesmo, sonha com um desfecho perfeito.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Pelé Landy revelou que pretende usar a inteligência dentro do ringue para ter sucesso contra o experiente boxeador baiano. Apesar de ter se notabilizado durante a carreira pela agressividade – fruto, também, dos anos representando a tradicional equipe curitibana ‘Chute Boxe’ -, uma das áreas que o veterano mais tem dado atenção em seus treinamentos, ao que parece, é a movimentação, a fim de evitar ser um alvo fixo para o tetracampeão mundial, apelidado como ‘Mão de Pedra’ por conta de seu poder de nocaute.

Além das habilidades do ex-campeão mundial, Pelé também tem que lidar com a volta após um longo período afastado das competições, e o lutador admite que já sentiu algumas das consequências no treino. Mesmo assim, o veterano opta por manter o otimismo e o pensamento positivo, que chega a persegui-lo até mesmo quando está dormindo e, por vezes, sonha que está nocauteando Acelino Popó Freitas.

“Sim (pode sentir um pouco de falta de ritmo de luta). Contundência também. Voltei agora com os sparrings, comecei a sentir um pouco as costelas. Aí eu vi que eu não estou fechado como eu deveria, estou de frente demais. E eu vou tipo ‘nós capota, mas não breca’. Eu tenho que usar a inteligência. Ali que eu vou mostrar a minha nobreza, com a minha linha de raciocínio. O Popó é um cara extremamente talentoso, então eu tenho que ver pelas veredas que eu vou concluir isso, ângulos, tirar e deslocar, deslocamento. Tem toda essa parafernália para embutir aqui dentro (da cabeça). Mas a gente está se adaptando bem, sei que são poucas semanas, mas eu estou vendo as semanas passando e estou conseguindo ver uma clareza. Eu sou um cara muito positivo. Inclusive, até sonho que nocauteio ele. Então, eu acho que as coisas estão indo pelo caminho certo”, revelou Pelé Landy.

Além da maior movimentação durante a luta e do pensamento positivo, José Landy também prepara outra ‘arma’ para dificultar a vida de Popó no próximo dia 25 de setembro. De acordo com o veterano, ele tentará desestabilizar emocionalmente o baiano, seja na pesagem, nas encaradas ou já dentro do ringue.

“Eu até falei que ia nocautear ele, que é o meu desejo máximo nessa competição. Mas em termos de game plan (plano de jogo), são muitas estradas que eu posso pegar. Tudo depende. Eu acho que vou usar um pouco a inteligência e ver como ele se desenvolve. Se ele quiser brincar, vamos brincar. Se ele vai esquentando, a gente vai esquentando. Eu preciso estar com resposta rápida para ele. E que ele sinta um poder tão imenso, do meu tsunami que vem, que eu consiga arrancar toda a potência de dentro dele. Consegue-se fazer isso desde a pesagem até o término da luta. Eu vou tentar desequilibrar o Popó emocionalmente ou até dentro do ringue, ele se deparando com momentos e sensações que ele não está preparado para isso. Ainda mais que nós estaremos diante de um grande público, e pela história toda que ele fez”, concluiu.

José ‘Pelé’ Landy iniciou sua carreira como lutador ainda no início da década de 90, e passou pela transição do esporte do chamado ‘Vale-Tudo’ para o MMA. Aguerrido e talentoso na luta em pé, o cubano naturalizado brasileiro se destacou ao participar de verdadeiras batalhas e nocautear grandes adversários. Entre suas ‘vítimas’ estão: Matt Hughes, Pat Miletich, Evangelista ‘Cyborg’ e Jorge Patino ‘Macaco’, além de Anderson Silva, que foi derrotado pelo ex-campeão do extinto evento ‘IVC’ em duas oportunidades, ambas no muay thai.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas