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Carlos Antunes

Entrevistas

Pedro Rizzo revela emoção com título de Glover e diz: “Me senti um pouco campeão”

No último dia 30 de outubro, Glover Teixeira coroou mais de 20 anos de carreira no MMA com a conquista do cinturão dos meio-pesados (93 kg) do Ultimate, ao finalizar Jan Blachowicz, na luta principal do UFC 267. Um dos grandes incentivadores do mineiro e, que inclusive foi seu treinador durante anos, Pedro Rizzo exaltou a fase do compatriota.

A relação de Rizzo com Glover teve seu início no fim de 2008. Naquela época, o mineiro ainda estava na batalha para conseguir entrar legalmente nos Estados Unidos para poder acertar com o Ultimate e, por isso, se juntou ao ex-atleta do UFC no Rio de Janeiro para manter seus treinamentos. Então, coube a Pedro afiar ainda mais as armas do lutador e deixá-lo pronto. Foi o pontapé de uma amizade que dura até os dias atuais.

Por isso, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Pedro Rizzo não deixou de comemorar a conquista do seu antigo pupilo. De acordo com o ex-lutador, Glover chegou ao topo no momento certo e explicou porque se considera um ‘pouco’ campeão do UFC.

“Foi muito emocionante. Quando o Glover veio ficar aqui com a gente era para ficar uns três meses para ele tirar o visto dele porque ele já estava acertado com o UFC, mas acabou ficando quatro anos. A gente sempre conversava e tinha certeza que ele ia ser campeão. Ele teve a primeira chance com o Jon Jones, mas Deus sabe das coisas. Aquele momento talvez não fosse o dele. Tinha que ser agora para chocar o mundo e ser campeão com 42 anos. Fiquei feliz de ter ajudado um pouquinho nessa conquista e me senti um pouco campeão ao vê-lo vencer. O cinturão está em boas mãos”, disse o veterano.

Neste período ao lado de Rizzo, Glover viveu um dos momentos mais delicados na carreira. Com a dificuldade para obter o visto para entrar nos Estados Unidos, o mineiro se viu ‘preso’ no Brasil e incapacitado de atuar no UFC. Então, atleta chegou a flertar com a aposentadoria do esporte, ideia que Pedro ajudou a remover.

“Foi uma fase muito difícil porque ele começou a duvidar de muitas coisas, se ia voltar ou não, foi aquela briga. Mas ele tem uma cabeça muito boa. Fui responsável por manter ele treinado, com vontade de lutar com os melhores. A gente pensava em outras saídas, se não fosse lutar no Estados Unidos, podia ser no Japão. Mas parar de lutar ele nunca conversou comigo. O sonho dele de ser campeão era muito forte”, explicou.

Com o título, Glover, de 42 anos, chegou ao posto de segundo lutador mais velho a conquistar um cinturão do UFC, somente atrás de Randy Couture, com 45. Para Pedro Rizzo, a experiência e a maneira como o brasileiro se adaptou aos treinamentos foi essencial para ele chegar ao auge com uma idade avançada.

“Acho que a experiência ajudou muito. Você vai ficando mais velho, não consegue fazer tudo que fazia. Ele exagerava demais nos treinos. O Glover tinha muito isso, de chegar no dia e eu falar para a gente treinar e ele dizer que estava morto do treino de ontem. Ele sempre escutou muito o corpo dele. Acho que ele vendo que não estava rendendo, foi buscar ajuda. Ele sempre foi inteligente com o corpo, correu atrás e chegou nessa forma com 42 anos. Com o UFC oferecendo uma estrutura (UFC PI) para você ver seu corpo, juntou a fome com a vontade de comer. Então acredito que esteja na sua melhor forma”, concluiu.

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