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Entrevistas

Luque reforça interesse em disputa com Usman, mas diz: “Estou pronto para o que vier”

Depois de alcançar sua quarta vitória seguida, a décima nas últimas 11 lutas, Vicente Luque se colocou, de uma vez por todas, entre os principais postulantes ao título dos meio-médios (77 kg), divisão capitaneada por Kamaru Usman atualmente. Porém, apesar da boa fase vivida pelo brasileiro, o tão sonhado ‘title shot’ ainda pode demorar a aparecer. Nada que incomode o atleta da ‘Cerrado MMA’.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (veja acima ou clique aqui), Luque reforçou o desejo de lutar pelo cinturão dos meio-médios do UFC contra Usman e mostrou confiança ao analisar o potencial embate contra o antigo companheiro de treinos na ‘Sanford MMA’. No entanto, ciente da complexidade do cenário atual no topo da categoria, o brasileiro se disse aberto à possibilidade de ter que conquistar mais uma vitória antes de receber a oportunidade de disputar o título.

“Eu fiz o pedido. Vamos ver. Eu fiquei sabendo que o Kamaru respondeu no Twitter, falou que estava de olho na minha luta, me parabenizou e que talvez a gente poderia ‘dançar’ muito em breve. Ele tem uma luta pela frente, tem que enfrentar o Colby (Covington). Eu acho que ele vence. Já treinei muito com o Kamaru, é um cara muito duro, acho que ele vai continuar campeão. E depois disso, eu acho que faria sentido”, declarou Vicente, antes de continuar.

“Eu sou o único cara (do topo da categoria) que ainda não enfrentou ele. Acho que posso trazer bastante perigo para ele, ser um cara que vai desafiá-lo e tomar o cinturão dele. Acho que o UFC se interessaria nessa luta. Lógico, tem o Leon Edwards na frente, talvez ele receba essa oportunidade. Mas eu vou estar preparado. Talvez tenha que fazer mais uma luta. Se tiver que fazer, eu também vou estar pronto. Estou evoluindo, estou crescendo, ainda estou novo. Então, eu estou pronto para o que vier”, afirmou.

A confiança com a qual o lutador brasileiro analisa as possibilidades de futuro passa também pelo seu histórico recente, que depois do último sábado (7) – quando venceu Michael Chiesa no UFC 265, em Houston (EUA) – conta agora com duas vitórias por finalização consecutivas, ambas através do triângulo de mão, uma de suas especialidades.

Antes visto primordialmente como um poderoso striker, o meio-médio agora deve passar a contar com o respeito de seus pares também em sua luta de chão, provando que pode trazer perigo em todas as áreas da luta. O feito ganha ainda mais importância tendo em vista a característica dos principais rivais de divisão que Luque terá pela frente para alcançar o topo, boa parte deles oriundos do wrestling ou do grappling.

“Eu sou conhecido por ser um striker. E eu acho que, às vezes, a galera acaba subestimando o meu chão. O meu chão não é (do nível do) Durinho. Nunca! Durinho é outro nível. Mas meu chão também não é um zero à esquerda. Eu tenho umas finalizações perigosas, sei me virar, sei me defender. O topo da divisão está cheio de grapplers e wrestlers, e agora eu estou mostrando que também sou um risco no chão. Também posso trazer umas surpresas no chão para eles”, afirmou Vicente.

No MMA profissional desde 2009, Vicente Luque soma 21 vitórias, sete derrotas e um empate na carreira. Entre os triunfos, o brasileiro conquistou 19 deles pela via rápida, seja por nocaute ou finalização, confirmando a fama de ‘Assassino Silencioso’, como diz seu apelido.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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