Entrevistas
Jacqueline Cavalcanti cita lastro no kickboxing para minimizar cortes de peso seguidos no UFC
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por
Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)
No fim de agosto, Jacqueline Cavalcanti enfrentou e venceu Josiane Nunes pelo UFC Vegas 96. Na oportunidade, brasileira ressaltou seu desejo de voltar ao octógono mais famoso do mundo o quanto antes. Sua vontade foi atendida, já que neste sábado (28), no UFC Paris, a peso-galo (61 kg) entra em ação novamente contra Nora Cornolle. E se engana quem pensa que os combates em sequência dentro de um curto espaço de tempo representam algum tipo de empecilho ou grande desafio para a striker de 27 anos. Com um histórico vasto em competições de kickboxing e muay thai, onde esse cenário é mais recorrente que no MMA, ‘The Nightmare’, como é conhecida, minimizou os desafios oriundos dessa prática.
Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Jacqueline afirmou que cortar peso duas vezes em um mês não seria tão difícil. E realmente a tarefa foi cumprida, já que, na manhã desta sexta-feira, a lutadora venceu a balança e confirmou sua participação no UFC Paris durante a pesagem oficial do show. O card com sede na França, inclusive, já estava no radar de Cavalcanti que, com a saída de última hora de Germaine de Randamie, pôde ser escalada, mesmo que sem um camp completo de preparação.
“Para mim, quando eu lutava kickboxing e muay thai, ter que cortar peso um em cima do outro era algo natural. Porque lá chegávamos a fazer três lutas por mês. Então não é nada muito difícil. Mas claro que logo após minha última luta, tirei uma semana de descanso e depois voltei logo para o foco, tanto da dieta, quanto do treinamento. Até porque eu já dizia que queria lutar muito nesse card (UFC Paris). Não sabia se poderia ocorrer essa oportunidade ou não, mas já estava focando. Queria lutar o mais rápido possível e Deus me ouviu (risos)”, minimizou a luso-brasileira.
Rival conhecida e promessa de nocaute
Apesar de ter aceitado o combate com poucos dias de preparação, Jacqueline conhece bem sua próxima adversária. No início de sua trajetória no MMA profissional, Cornolle também cruzou seu caminho. Na ocasião, em julho de 2021, a brasileira conseguiu dominar as ações do duelo e desbancou a francesa por decisão dos juízes. Pouco mais de três anos depois, a striker busca repetir o resultado, mas promete um desfecho diferente: o nocaute.
“Sem sombras de dúvidas, acho que tanto eu quanto ela, como atletas, mudamos muito. Pelo fato de, ao longo desses anos, termos melhorado na nossa área, o striking, mas também na parte do grappling. Eu vendo as lutas dela e ela vendo as minhas, existe evolução de ambas. Vai ser uma grande guerra. O que desejo e vou fazer é nocautear a Nora. Ela já sentiu o peso da minha mão. Na nossa última luta, dei um ‘knockdown’ nela e depois uns três ‘flashdowns’. Ela é uma guerreira, muito forte e dura mesmo. Sei que vai ser difícil. Mas vou com esse foco de nocautear ela. Agora, com mais experiência, sei o momento de esperar, sem tanta sede ao pote. Então certeza que esse nocaute vai vir”, projetou a atleta de 27 anos.
Jacqueline é a única representante do Esquadrão Brasileiro em ação no card preliminar do UFC Paris. Já na parcela principal do show, o país conta com outros três combatentes em ação. Na luta principal, Renato Moicano duela com Benoit Saint Denis, em duelo válido pelos pesos-leves (70 kg). Já na divisão dos penas (66 kg), Joanderson Tubarão e Gabriel ‘Fly’ enfrentam, respectivamente, os franceses William Gomis e Morgan Charriere.
Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.