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Diego Ribas/PxImages

Entrevistas

Energizado por ‘arma secreta’, paraense promete show em estreia no UFC

O card do UFC Vegas 19, agendado para acontecer neste sábado (20), marcará o primeiro passo na trajetória de mais uma promessa do MMA brasileiro originária do Pará no principal evento do mundo: o peso-pena (66 kg) Rafael Alves, que encara o também estreante Pat Sabatini. E assim como seus conterrâneos, ‘The Turn’, como é conhecido, possui algumas características que já viraram marca registrada dos atletas nascidos no estado da Região Norte do Brasil, especialmente em dois dos principais representantes paraenses no Ultimate: Deiveson Figueiredo e Michel Pereira.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Rafael demonstrou uma confiança incomum, principalmente entre os novatos da principal entidade de MMA do mundo. O lutador paraense, que reside atualmente na Flórida (EUA), onde integra a equipe ‘MMA Masters’, ainda fez questão de ressaltar seu compromisso com o entretenimento dos fãs que acompanharão seus combates pelo UFC, prometendo manter o estilo arrojado dentro do cage, repleto de golpes plásticos e pouco usuais.

“Respeito todos os meus adversários, mas aquele que cair na minha frente vai ser finalizado ou nocauteado. Eu não estou aqui para deixar nas mãos dos juízes. Como eu sempre falo, eu não estou ali para brincar, eu estou ali para me divertir. Quando a gente se diverte, fazendo o que a gente ama, a gente sempre proporciona um grande show”, declarou Rafael, antes de continuar.

“É como eu sempre falo: ‘Não pisca porque a qualquer momento sai algo de mim’. Porque eu sou um cara muito explosivo. Às vezes as pessoas falam: ‘Ih, o Rafael é louco’. Não é loucura, eu chuto de todo o jeito. Eu costumo dizer que as minhas mãos são as minhas pernas. Então, fica ligado porque a qualquer momento pode cair um com um chute na cabeça”, afirmou o lutador da equipe ‘MMA Masters’.

Sobre o crescimento do esporte no Pará e o, cada vez mais frequente, aparecimento de importantes nomes do MMA nacional oriundos do estado, o lutador creditou a alimentação à base de açaí como uma espécie de ‘arma secreta’ responsável por esse fenômeno. A resiliência de um povo que precisa superar inúmeras dificuldades também foi citada pelo atleta como fator determinante na ascensão do ‘esquadrão paraense’ no UFC.

Antes mesmo de pisar oficialmente pela primeira vez no octógono do UFC, Rafael Alves pôde mostrar seu estilo explosivo e plástico, similar ao apresentado pelo meio-médio (77 kg) Michel Pereira, ao finalizar o mexicano Alejandro Flores na última temporada do ‘Contender Series’. Já a confiança, marca registrada do campeão peso-mosca (57 kg) Deiveson Figueiredo, foi vista logo após esta vitória de ‘The Turn’, quando, ainda sem a confirmação de sua contratação, o paraense entregou um papel e uma caneta para Dana White, presidente do Ultimate, simbolizando a assinatura do contrato com a organização.

“No Pará tem muita gente boa. Tem muita molecada que só precisa de oportunidade. Só que é difícil porque ninguém dá essa oportunidade. Em relação a esse estilo da gente, eu acredito que seja por causa do açaí. O açaí tem muita energia. Então, quando a gente toma aquele açaí… Poxa, é o que eu sinto mais falta aqui (nos Estados Unidos). Quando a gente toma aquele açaí, a gente fala: ‘Ninguém vai me bater'”, destacou Rafael, antes de completar.

“E também pela dificuldade que a gente passa. Quando aparece uma oportunidade a gente agarra com as duas mãos e não deixa escapar. Não foi diferente comigo, não foi diferente com o Michel (Pereira), e não é diferente com nenhum paraense. Qualquer paraense que entrar no UFC vai entrar para dar um grande show”, sentenciou.

Aos 30 anos, Rafael Alves chega ao Ultimate com um cartel de 19 vitórias, sendo 14 pela via rápida, e nove derrotas. O paraense, que encara Pat Sabatini no card do UFC Vegas 19, neste sábado, vive boa fase na carreira, com cinco triunfos seguidos.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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