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Diego Ribas/PxImages

Entrevistas

Em ascensão no UFC, Michel Pereira afirma que Pettis recusou enfrentá-lo: “Está com medo?”

O MMA é um dos esportes mais dinâmicos e, quando menos se espera, um atleta que está bem pode apresentar uma queda de desempenho e outro que está em má fase pode se recuperar e iniciar uma sequência de vitórias. Esse é o atual momento de Michel Pereira. O brasileiro, que havia perdido duas lutas seguidas, corria risco de ser cortado pelo UFC, mas a grande atuação diante de Zelim Imadaev, em setembro, foi um divisor de águas na carreira do atleta.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Michel, que enfrenta ‘Khaos’ Williams no UFC Vegas 17, evento que será realizado neste sábado (19), revelou que esse não seria o seu adversário de origem e sim um ex-campeão do UFC. O ‘Paraense Voador’ contou que o duelo contra Anthony Pettis ficou próximo de ser anunciado, porém não foi oficializado pela recusa do norte-americano. Ao saber da posição de ‘Showtime’, Michel reprovou a atitude e estranhou a situação, já que seu alvo vai atuar no mesmo evento, diante de Alex Morono.

“Estou com vontade de lutar com o Pettis. Eu ia lutar, só que ele não aceitou. Fiquei quase um mês esperando a resposta. O empresário dele aceitou, mas quando foi para ele aceitar, falou que estava com as costas doendo, que tinha uma lesão e não poderia lutar. E aí, ele vai lutar no mesmo dia que eu e achei estranho. Por que ele não quis lutar comigo? O que aconteceu? Era para o Pettis lutar comigo. Não lutou porque está com medo de mim, porque não sou ranqueado? O que aconteceu? Se ele vai lutar com outro, podia lutar comigo. Não entendi, então fiquei bem chateado com o Pettis, porque, por causa dele, quase não luto em dezembro. Tenho até que agradecer ao Dana White, Sean Shelby e aos meus empresários, porque não tinham mais vagas e eles fizeram tudo para que eu lutasse em dezembro. Estou muito chateado com o Pettis e gostaria muito de lutar com ele na próxima pelo que fez. Robbie Lawler também recusou. Eles não aceitaram lutar comigo. Não sei o motivo, não vou nem falar que é medo”, desafiou Michel.

Se Pettis recusou enfrentar o brasileiro, Williams aceitou e o duelo tem tudo para ser explosivo, já que o estilo de ambos é agressivo. Michel tem consciência disso, elogiou seu adversário e não tem dúvida de que o embate vai atrair o público. Bem-humorado, o paraense listou alguns golpes curiosos que tem em seu repertório e não descarta usá-los no octógono.

“Os fãs podem esperar um grande combate, porque estou preparado e ele também. Tenho certeza que será emocionante de ver. Os fãs só tem a ganhar com essa luta. Somos dois atletas bons e em ascensão. Até consigo me ver no top-15, mas não sei como o ranking funciona. Não sei se tem como entrar no ranking contra alguém que não esteja ranqueado, mas estou fazendo de tudo. Tenho muitos golpes na manga, ainda tenho muita coisa para mostrar. Não consegui fazer o que pretendo, porque o octógono deu uma diminuída, mas luta é luta e não sabemos o que vai acontecer. Ainda tenho muito golpe que a galera vai gostar, porque são muito loucos, diferentes, que ninguém viu ainda. Tem o canga-leitão, ilusão da morte, coice de mula, cavalo doido, mastigar da jumenta”, explicou.

No entanto, antes de curtir o bom momento, Michel sofreu no octógono e fora dele. Após ser derrotado por Tristan Connelly e Diego Sanchez, o brasileiro foi duramente criticado pelos fãs e ficou perto de ser cortado, caso fosse superado pela terceira vez seguida. Contudo, Zelim Imadaev não resistiu ao brasileiro que, aliviado, comemorou o resultado e deu o troco ao reclamar dos críticos. De acordo com Michel, os fãs e parte da mídia especializada que cobre o esporte deveriam ter mais empatia em seus posicionamentos e torce para que pensem antes de opinar sobre qualquer lutador.

“É uma sensação muito boa, porque as pessoas me criticaram muito. Na semana da luta, coisas ruins acontecem e podem influenciar. Isso foi meio que uma lição, porque muitas vezes a gente critica, fala mal sem saber o que aconteceu. Isso foi muito bom para as pessoas refletirem. Quando alguém tiver um problema, tente ajudar e não criticar. Muitas vezes, as pessoas não sabem o que acontece. A gente que é atleta, mexe com o corpo, tem que tomar cuidado com o peso, então muitas coisas acontecem e as pessoas não entendem. Chega no dia da luta, querem que a gente faça uma ótima luta, mas não sabem o que aconteceu. Tem coisas que a gente tem que dar uma pensada, manter a calma, raciocinar e ver qual foi o problema. Por que o cara se apresentou como uma máquina na primeira luta e cansou na segunda? Alguma coisa tinha de errado, mas, graças a Deus, consegui provar a todos que sou um ótimo atleta, que não sou de cansar, que tenho potencial para estar entre os melhores e ser o campeão”, finalizou.

Por conta de seu estilo de luta, Michel Pereira, de 27 anos, é um dos atletas mais populares da nova geração do MMA nacional. O brasileiro estreou no UFC em 2019, atuou quatro vezes pela companhia, possui duas vitórias e duas derrotas e já conquistou três bônus (dois de performance e um de luta da noite). Em sua carreira, o ‘Paraense Voador’ disputou 37 lutas, venceu 24, foi derrotado em 11 e apresenta dois no-contest.

Jornalista formado, especializado em MMA. Também acompanho boxe, boxe sem luvas, boxe de celebridades e WWE.

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