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Entrevistas

Dórea destaca motivação de Anderson em camp após ser ‘obrigado’ a encarar Belfort

Em 2011, Anderson Silva reinava com sobras na categoria dos pesos-médios (84 kg) do UFC. No entanto, em sua oitava defesa de cinturão existia a expectativa de que seu oponente poderia acabar com seu bom momento. Afinal, ele e o rival Vitor Belfort já haviam treinado juntos, e ‘Spider’ conhecia como poucos as temidas qualidades do compatriota. Talvez por isso, o veterano tenha adotado postura exemplar ao longo de todo o camp, como atesta Luiz Dórea, seu treinador de boxe na época.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Dórea recordou a chamada ‘Luta do Século’, que completa dez anos nesta sexta-feira (5). De acordo com o treinador, que também foi o responsável por revelar Acelino ‘Popó’ ao mundo do boxe, Anderson fez o camp com motivação nunca vista antes. Afinal, a expectativa para o combate era alta, inclusive a do técnico, que frisou repetidas vezes que preparação para o embate teria que ser perfeita.

Uma das explicações de Dórea para a empolgação inédita de Anderson era o fato dele, inicialmente, não querer realizar o combate, justamente por já ter sido parceiro de treino de Vitor. Porém, com a insistência do ‘Fenômeno’ pela luta e a oficialização da proposta por parte do Ultimate, o curitibano teria se motivado e reforçar os treinos em busca de uma atuação de gala.

“O que me marcou muito foi o empenho de Anderson Silva para se preparar para essa luta. Eu via o Anderson mais motivado do que nunca. No início ele não queria lutar pelo fato de já ter treinado com o Vitor, mas como o Vitor pediu e o UFC casou, ele treinou com muito mais vontade para fazer o melhor. A pressão foi muito grande. Ele tinha noção de que seria uma grade luta, um grande evento, mas superou todas as nossas expectativas”, revelou o baiano, que foi corner de ‘Spider’ no duelo.

Se Anderson conhecia de perto o repertório de Belfort, Dórea também sabia todos os pontos fracos e fortes do ‘Fenômeno’. Afinal, o treinador já tinha ajudado o carioca em seus treinamentos no passado. No entanto, assim que o contrato para o confronto com ‘Spider’ foi assinado, ele não teve dúvidas em decidir sobre qual time faria parte .

“Comecei a treinar o Anderson em 2003, através do Rodrigo (‘Minotauro’). Em 2006, iniciei trabalho com o Vitor. Tenho uma relação muito boa com os dois. Quando passei a treinar o Vitor, sempre tivemos um jogo muito aberto, tenho admiração grande por ele e sua pela família, mas avisei que o treinaria para qualquer luta, menos contra o Anderson. Quando casaram a luta eu estava tranquilo quanto a isso”, explicou o baiano.

Assim que o duelo contra Belfort foi marcado, a equipe de Anderson tinha consciência de que o lutador precisaria ficar atento à trocação do adversário – conhecido por ter um estilo explosivo na luta em pé. Portanto, Dórea, que ajudou a trabalhar ‘Spider’ nesta área, adiantou qual era a estratégia do Spider e citou que o chute, golpe que terminou o embate, era trabalhado com repetição pelo campeão dos médios.

“Era previsível (que a luta fosse terminar em pé), porque são dois strikers. Anderson com uma habilidade fora do normal, Vitor com uma explosão imensa. Sabíamos que ia acontecer. No início sabíamos que o Vitor era perigoso, então era para manter a distância, ir minando durante o primeiro round. Trabalhamos muito chute, praticou muito no vestiário para surpreender. Ele faz coisas que ninguém espera”, completou.

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