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Alex Cowboy em compromisso do media day pelo UFC.
Natassia del Frate/PxImages

Entrevistas

‘Cowboy’ destaca evolução após mudanças na rotina: “Troquei um motor de Opala por um de 1100”

Embalado por duas vitórias consecutivas em 2020, Alex ‘Cowboy’ exala confiança para o confronto diante do estreante Shavkat Rakhmonov, neste sábado (24), no card preliminar do UFC 254, que será realizado na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU). E, de acordo com o meio-médio (77 kg), em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, esse sentimento é justificável.

Após sofrer três derrotas seguidas, sua pior marca no UFC, ‘Cowboy’ se recuperou ao vencer seguidamente Max Griffin e Peter Sobotta. O último após uma atuação impecável, onde o brasileiro demonstrou superioridade física e técnica sobre o rival, e permaneceu fiel à estratégia traçada por sua equipe durante os 15 minutos de luta, demonstrando uma evolução evidente do lutador natural da cidade de Três Rios (RJ).

De acordo com o meio-médio, a evolução e, consequentemente, a confiança recuperada podem ser explicadas pelas mudanças significativas que o mesmo fez em sua rotina diária, seja nos treinos ou em sua vida pessoal. Satisfeito com os resultados de sua decisão, ‘Cowboy’ destacou sua melhora, inclusive no aspecto anímico, e utilizou uma comparação inusitada para destacar sua nova versão.

“Eu mudei a estratégia, os treinamentos, fiz mais escolinha, passei a estudar mais o meu adversário, coisa que eu não fazia. Passei a ter mais compromisso com a academia, a ser um cara exemplar. E (cortei) as falsas amizades. Eu vi uma evolução de uma forma que eu não imaginava que era possível. De uns tempos para cá, que eu cortei um bocado de coisas, comecei a treinar mais sério, a não perder noites de sono, fazer escolinha na academia, estudar meu adversário, fazer a preparação física, isso mudou muito”, explicou ‘Cowboy’, antes de completar.

“Eu troquei um motor de Opala e botei um motor de 1100. O motor está novo, está batendo que é uma beleza. Estou pronto para qualquer um. Essas mudanças que eu fiz me deixaram muito melhor, mexeu muito com a minha cabeça, deixou minha cabeça boa. Toda vez que eu vou lutar agora, eu estou feliz, alegre. Eu sei que fiz meu dever de casa certo, e chegando na hora da prova real, é vitória”, destacou o lutador.

A analogia entre seu corpo e motores automotivos também serviu para o meio-médio explicar o motivo que o levou a aceitar o duelo contra Shavkat Rakhmonov, com apenas três semanas de antecedência para o evento, substituindo o lesionado Elizeu ‘Capoeira’. De acordo com ‘Cowboy’, o jeito mais fácil de se manter em sua melhor forma é permanecer com a agenda cheia, sendo o mais ativo possível. Vale lembrar que, em pouco mais de cinco anos de trajetória no UFC, o brasileiro já subiu no octógono mais famoso do mundo em 18 oportunidades.

“É igual um motor. Se o motor de um carro ficar muito tempo parado, sem trabalhar, quando ele for andar, vai ter que mexer nele. Então, se você está o tempo todo ativo, não precisa ficar mexendo, é só botar umas peças a mais para ficar melhor. Eu penso dessa maneira. Eu tenho que estar o tempo todo trabalhando, em atividade, porque eu dependo do meu corpo. Então, eu não posso dar esse mole. Tenho que aproveitar as brechas e trabalhar”, explicou Alex, antes de apontar outra razão para pegar a luta de última hora.

“Estou sempre treinando, sempre focado, porque eu tenho que estar pronto para o combate. E vamos fechar o ano com três vitórias. Eu tenho muita vantagem nessa luta. Então, vamos cair para dentro do problema”, finalizou.

No MMA profissional desde 2011, Alex ‘Cowboy’ acumula 22 vitórias, oito derrotas, um empate e dois ‘no contests’ (luta sem resultado) em sua carreira. Por sua vez, Shavkat Rakhmonov, seu adversário no sábado, chega ao UFC com o cartel invicto. Em 12 confrontos disputados, o lutador do Cazaquistão saiu vencedor de todos, sempre por nocaute ou finalização.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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