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Entrevistas

Cezar ‘Mutante’ aponta benefícios de volta aos meio-pesados em estreia no PFL

Após quase dois anos sem pisar dentro de um cage, Cezar ‘Mutante’ vai matar a saudade de competir nesta quinta-feira (29). O brasileiro, que assinou contrato com o PFL em 2020, foi afetado diretamente pela pandemia de COVID-19 e não pôde se apresentar, até então, pelo cancelamento da temporada do show. No entanto, com o retorno dos shows feitos pela organização, o ex-UFC faz sua estreia na liga diante do americano Nick Roehrick.

O combate também vai marcar uma espécie de volta às origens do lutador. Depois de praticamente 11 anos de carreira atuando no peso-médio (84 kg), ‘Mutante’ vai retornar aos meio-pesados (93 kg) e é apontado como uma das grandes estrelas do torneio da categoria. Portanto, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui ou veja acima), o brasileiro destacou o benefício de subir de peso.

“Por vários anos eu acreditei que lutar no peso-médio era uma boa categoria pelo fato de bater o peso com facilidade. Mas era uma desidratação de seis quilos. É difícil recuperar em 24h. Nessa categoria estou me alimentando bem, o corte de peso é pequeno e aposto em uma melhor performance. Não deixei o peso subir muito também, então estou mais leve, quero apostar na velocidade e vai ser bom. A história fala por si só e você vê vários atletas que mudaram de categoria e tiveram bons resultados, como o (Gilbert) ‘Durinho’ e (Thiago) ‘Marreta'”, afirmou o campeão da primeira edição do ‘TUF Brasil’.

Após nove anos de Ultimate, ‘Mutante’ viu no PFL uma oportunidade de atuar em alto rendimento. O atleta admitiu que o prêmio de um milhão de dólares (cerca de R$ 5,4 milhões) foi um atrativo para assinar contrato com a organização, mas fez questão de mencionar outros fatores que foi determinante: o formato de torneio e a meritocracia do show.

Na primeira fase do PFL, cada atleta realiza duas lutas e sua pontuação varia de acordo com o tipo de vitória conquistada. Ao final da temporada regular, os quatro melhores classificados de cada categoria passam aos playoffs e se enfrentam por uma vaga na decisão, que acontece em evento no fim do ano e dá o prêmio milionário ao vencedor.

Leandro Bernardes/PxImages

“O torneio é bom porque você sabe quando vai competir e outra, ele é esportivo. Muitos eventos se tornaram mais entretenimento do que esporte e acho que deveria ser mais esporte do que entretenimento. Se eu entrar mudo e ganhar minhas lutas, serei o campeão. Eu tenho que ter performance, não tenho que fazer show, ‘trash talk’. Acredito que tenha que ter um equilíbrio, mas você vê lutas que não fazem sentido. Ele só luta porque aparece nas redes sociais, fala bastante. Eu não gosto desse formato”, explicou, antes de admitir que o torneio lhe remete à época que lutou no TUF Brasil.

“Estou me sentindo quando participei do TUF. Estou em um hotel e só descer para lutar. Você sabe todo mundo que está na chave, aquela expectativa de passar pela primeira luta e não saber quem vem na sequência. Para onde você olhar tem cara duro. Estou focado na próxima luta e vamos esperar os próximos casamentos”, concluiu.

Nick Roehrick, rival de ‘Mutante’, também teve uma passagem pelo UFC, mas foi breve. Em sua única atuação no Ultimate, o lutador foi derrotado por Jared Cannonier, em 2017. Após esse duelo, o lutador foi flagrado em teste antidoping e ficou dois anos suspenso. Em sua volta ao MMA, engatou duas vitórias seguidas e também vai debutar no PFL.

“Ele é um cara duro. Ele só tem uma derrota na carreira e tem boa trocação, mas vem do wrestling. Estou apostando na velocidade, tempo de entrada e saída com mãos, além de chutes. Tenho muitas armas para apresentar na luta”, adiantou ‘Mutante’.

Cezar ‘Mutante’ ganhou visibilidade mundial ao ser campeão da primeira edição do TUF Brasil, quando derrotou ‘Serginho’ Moraes por pontos na decisão, em 2012. O brasileiro atuou pelo UFC desde então, mas recentemente não atravessava um bom momento, vindo de duas derrotas consecutivas em suas últimas atuações na organização. No MMA profissional desde 2007, o lutador soma 13 vitórias e oito reveses em seu cartel.

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