Entrevistas
‘Cara de Sapato’ planeja explorar brecha em físico do rival para chegar à final do PFL
-
por
Carlos Antunes, no Rio de Janeiro (RJ)
Em sua temporada de estreia no PFL, Antônio ‘Cara de Sapato’ já está perto de conquistar seu primeiro título de expressão na modalidade. Nesta sexta-feira (27), o brasileiro enfrenta Emiliano Sordi, campeão do torneio dos meio-pesados (93 kg) da liga em 2019, em uma das semifinais da categoria. Para chegar à final e ficar perto do prêmio de um milhão de dólares (cerca de R$ 5,2 milhões) dado ao vencedor do GP, o faixa-preta de jiu-jitsu vai precisar encerrar a boa fase do rival, mas já tem ideia de como.
Emiliano Sordi não sabe o que é uma derrota na organização há praticamente três anos, com uma série de seis vitórias, sendo quatro por nocaute e uma por finalização, e um empate. Então como frear o ímpeto do argentino? Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui ou veja acima), ‘Cara de Sapato’ fez uma análise do seu oponente e adiantou uma de suas estratégias para o confronto, além de dar um aviso ao rival.
“Ele é um cara que tem muita força nos golpes, mas enxerguei nas últimas duas lutas dele muitas brechas no seu jogo. É usar essas brechas a nosso favor. Ele sabe que sou um cara que ele não pode cometer erros, porque posso finalizar a luta. Ele tem bastante experiência, um poder de nocaute grande. É botar a estratégia em jogo focada nele”, afirmou o campeão da terceira edição do TUF Brasil, antes de completar.
“Ele também não está acostumado a lutar três rounds e quanto mais tempo passa, vai ficando favorável para a gente. Ele tem um primeiro round forte, continua indo para frente, mas a produção dele vai caindo. Então é ficar ligado no começo da luta, estar bem atento, achando a distancia para impor nosso jogo”, finalizou.
Para sua etapa no PFL, ‘Cara de Sapato’ também optou por fazer uma mudança física. No Ultimate, o brasileiro só fez uma aparição nos meio-pesados e depois decidiu integrar o peso-médio (84 kg). No entanto, na nova franquia, o lutador decidiu voltar às origens e está satisfeito com o resultado que tal decisão lhe trouxe.
“É um recomeço nessa era no PFL. Acho que a questão de subida de peso me ajudou bastante, porque eu fisicamente estou rendendo mais, apesar dos caras serem mais fortes do que no peso-médio. Rendo melhor nos treinos, nas lutas. Do começo da minha carreira até agora é o que eu me sinto melhor. Sinto-me mais confiante, fisicamente melhor, mais maduro. A sequência de vitórias que tive no UFC e as derrotas também me ensinaram muito. Passei por bastante coisa que me ensinou muito”, explicou.
Caso cumpra seu objetivo de passar por Sordi e chegar na decisão do torneio no PFL, ‘Cara de Sapato’ pode fazer uma final brasileira para ver quem será o campeão. Isso porque na outra semifinal, Cezar ‘Mutante’ enfrenta Marthin Hamlet. Atento a esse cenário, o ex-UFC destacou a torcida para seu compatriota e brincou com a situação.
“Estou torcendo pelo ‘Mutante’. A gente não treina junto, mas ele é meu parceiro, é gente boa demais. Se ele tivesse em outra categoria torceria para ele ser campeão (risos). Mas como é na nossa vou torcer para ele, só não vou contra mim mesmo (risos). Uma final de brasileiros seria emocionante e teria a certeza que o cinturão ficaria aqui. Só não pode ir para a Argentina. Vou tentar impedir isso aí (risos). Mas brincadeiras à parte o Emiliano é gente boa demais, treinamos juntos na Nova União”, contou.
Após uma carreira de sucesso no jiu-jitsu, ‘Cara de Sapato’ migrou para o MMA em 2013. Depois de três vitórias seguidas, o brasileiro conseguiu uma vaga no TUF Brasil e faturou o título em 2014, ao superar Vitor Miranda na final. Com essa conquista, o atleta ganhou um contrato com o UFC, onde ficou por sete anos. Na modalidade, o lutador disputou 18 combates, sendo 11 triunfos, cinco derrotas e dois ‘no contest’ (lutas sem resultado).