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Bia Mesquita anuncia aposentadoria do jiu-jitsu e revela foco na transição para o MMA

Um dos principais expoentes do jiu-jitsu feminino nos últimos tempos, Bia Mesquita colocou um ponto final na sua carreira nos tatames na última quinta-feira (15), após vencer a superluta contra a ex-campeã do UFC Miesha Tate no ‘UFC Fight Pass Invitational 3’, em Las Vegas (EUA). Agora, a brasileira – multicampeã na arte suave, com títulos com e sem quimono – dará início à transição para uma nova empreitada nos esportes de combate.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Bia confirmou sua aposentadoria das competições de grappling e revelou que pretende focar suas atenções na migração para o MMA a partir de agora. De acordo com a faixa-preta, o fato de já ter alcançado o ápice de sua carreira no jiu-jitsu, onde conquistou sucesso e títulos, faz com que ela busque novos desafios e motivação nas artes marciais mistas.

“Eu já estou com essa ideia de ir para o MMA há algum tempo. É pé no MMA e vamos que vamos, pronta para fazer minha estreia em 2023. Foco 100% nisso, porque eu quero esse desafio. É o que eu quero na minha carreira. É o que eu sinto que está faltando um pouco no jiu-jitsu, é o desafio que eu sentia no começo, de tipo: ‘Não tenho esse título, eu quero muito ganhar’. Eu já não sinto mais tanto isso por já ter conquistado todos os títulos que eu almejava, já cheguei no topo da minha carreira no jiu-jitsu. Apesar de ser a minha paixão, de eu amar, eu não sinto esse extra, que acho que é o que me move como competidora, aquele fogo. E é exatamente isso que eu estou buscando no MMA, e principalmente mostrar que o meu jiu-jitsu vai ser superior, não interessa se é no mundo do jiu-jitsu ou se é no MMA. Vou buscar botar mais ainda o jiu-jitsu no topo no mundo do MMA”, declarou Bia.

Apesar da decisão já estar tomada, a estrela do jiu-jitsu prega cautela nessa transição para o MMA. Cada passo na nova empreitada deve ser pensado e estudado com calma e tranquilidade por Bia Mesquita. Até o momento, segundo a própria lutadora, ainda não há um acordo com nenhuma organização, ainda que a atleta torça para que seu desempenho no torneio disputado na semana passada, aliado à sua trajetória na arte suave, abra portas importantes na sua carreira no MMA.

“Eu ainda não fechei com nenhum evento, porque realmente eu estou nesse momento de transição. Eu não quero ter pressa para fechar com um evento, quero ir segura do que eu vou fazer, porque eu acho que esse início de carreira é um dos momentos mais importantes nessa transição. Estou estudando algumas possibilidades, estou me adaptando também aos treinos. Não sei ainda se eu vou ficar morando no Brasil, se vou voltar para San Diego (EUA), se vou escolher alguma outra academia. Eu estou na parte de ‘nerd’, naqueles estudos, de onde eu vou me adaptar melhor porque eu acho que a academia é onde você se sente bem, independentemente dos treinos que você tenha”, contou Bia, antes de continuar.

“Eu já tinha minha zona de conforto na minha academia com a Letícia (Ribeiro), morando lá em San Diego, no Brasil também com a galera que está sempre me apoiando. Agora é a hora de estudar e ver o que vai ser melhor para mim. Não tenho pressa. Eu sei que 2023 vai ser a minha estreia. Provavelmente no primeiro semestre. Mas agora é estudar e ver quais são as melhores oportunidades que vão surgir daqui para frente. Eu tenho certeza que a minha performance aqui no evento (UFC Fight Pass Invitational 3) vai abrir muitas portas e muitas possibilidades. Então, eu estou só esperando o telefone tocar e vamos que vamos”, concluiu.

Bia Mesquita, de 31 anos, possui um dos currículos mais impressionantes do jiu-jitsu competitivo na faixa-preta em todos os tempos. A brasileira é 15 vezes campeã mundial, contando competições com e sem quimono, além de colecionar títulos europeus, pan-americanos, brasileiros e do ADCC (principal torneio NoGi do mundo).

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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