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Entrevistas

André Sergipano relata processo para superar primeira derrota no UFC

Depois de engatar cinco vitórias consecutivas no Ultimate, André Sergipano viu sua sequência positiva ser encerrada por Brendan Allen, em fevereiro deste ano. O fim da longa invencibilidade, que – contando o período anterior à estreia pelo UFC – já durava mais de cinco anos, foi particularmente difícil de digerir para o mineiro de Montes Claros pela forma como aconteceu, sendo finalizado, mas também serviu para corrigir erros e tirar algumas lições.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), André Sergipano relatou como lidou com a primeira derrota sofrida no octógono mais famoso do mundo. A experiência de já ter passado por reveses na carreira anteriormente e a consciência de todo o esforço feito para percorrer o caminho até o principal palco do MMA mundial, de acordo com o próprio lutador, foram fundamentais para deixar o tropeço para trás e seguir em frente.

“Com certeza (foi mais difícil lidar com a derrota por finalização). Por vir da arte suave, a gente nunca quer ser finalizado. Mas aconteceu, é um processo. Fica uns dias amargurando a derrota em casa, pensando, martelando na cabeça, mas aí você olha para o passado e vê toda a trajetória que eu já percorri até aqui, e entende que não vai ser uma derrota que vai me parar ou que vai mudar minha história dentro da organização ou da minha história de luta. Eu tenho que saber lidar com isso, prosseguir, voltar o mais rápido possível ao caminho das vitórias e fazer uma grande apresentação”, comentou o faixa-preta de jiu-jitsu.

Apesar da frustração, o mineiro tirou valiosas lições para a continuidade de sua trajetória no UFC do revés. Ao lado de sua equipe, Sergipano observou erros técnicos cometidos por ele no combate contra Brendan Allen e, segundo o próprio, pôde corrigi-los para o duelo deste sábado (22), no card do UFC Londres, contra o escocês Paul Craig.

“Perder é sempre ruim. Mas eu já tinha perdido antes na minha carreira e entendo que é um processo, que faz parte. Pouquíssimos atletas que vão conseguir se aposentar sem perder. O campeão é moldado dessa forma, ele cai às vezes para poder subir mais forte novamente. Eu e minha equipe assistimos a luta, sabemos que tivemos alguns erros técnicos, mas a gente já estudou bastante, corrigiu e, se Deus quiser, sábado vai dar tudo certo e a gente vai voltar ao rumo das vitórias”, afirmou.

Contrato renovado

O prestígio com a organização também não foi abalado por conta do resultado negativo. Mesmo após o revés no último compromisso previsto no seu contrato anterior com o UFC, André Muniz foi premiado com um novo acordo para continuar sua caminhada dentro do principal evento de MMA do mundo.

“Era a última luta do meu contrato, do meu antigo contrato. Se eu tivesse vencido, com certeza, seria um contrato ainda melhor (risos). Mas deu tudo certo, a gente renovou por mais algumas lutas e eu sou muito feliz de estar aqui em Londres na organização lutando. Porque eu sonhei a minha vida toda estar fazendo isso, vivendo isso, então, cada luta é como se fosse a primeira. É você viver um sonho constantemente. Sou muito grato a Deus e a todos por estar aqui hoje”, concluiu.

Oriundo do programa ‘Contender Series’, André Muniz, o ‘Sergipano’, soma cinco vitórias e uma derrota no octógono do Ultimate. Ao todo na carreira, o mineiro possui 23 triunfos – 15 deles por finalização – e cinco reveses. Neste sábado, o 14º colocado no ranking peso-médio do UFC medirá forças com Paul Craig, que fará sua estreia na divisão após atuar nos meio-pesados, no card principal da edição sediada em Londres (ING).

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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