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Veteranos relembram disputas contra Wanderlei Silva e exaltam seu poder de intimidação

Wanderlei Silva foi campeão peso-médio do Pride – Erik Engelhart

O legado de um lutador vai muito além dos resultados de suas lutas. Prova disso é o imenso respeito demonstrado por três veteranos ex-UFC por uma das maiores lendas da história do MMA: Wanderlei Silva. Apesar de terem vencido o brasileiro em seus respectivos combates, Tito Ortiz, Rich Franklin e Chris Leben recordam até hoje do sentimento de intimidação provocado pela figura e pelo talento do curitibano, ex-campeão peso-médio do Pride.

Ao podcast ‘MMA Trufan’, os três veteranos compartilharam histórias de quando enfrentaram o ‘Cachorro Louco’ no octógono do UFC. Tito Ortiz, que derrotou o brasileiro em disputa pelo cinturão vago dos pesos-meio-pesados (93 kg) do Ultimate em 2000, citou o receio causado pela potência dos golpes aplicados por Wanderlei. Por sua vez, Rich Franklin – que superou o curitibano em duas ocasiões no octógono mais famoso do planeta, em 2009 e 2012 – se lembrou do olhar intimidatório do rival durante as encaradas promocionais. Já Chris Leben, fã declarado do brasileiro, admitiu que estava apavorado e que teve sorte ao nocauteá-lo em menos de 30 segundos, em combate realizado em 2011.

“Eu juro que ele me acertou tão forte que eu senti como se o mundo tivesse ficado de cabeça para baixo. Ele foi um dos caras que batiam mais duro que já me acertaram. O que eu senti me assustou. Aquela foi a primeira vez que eu realmente fui atingido. Onde ele me atingiu, me assustou. Esse foi um soco que eu senti quando me acertou, e me deixou apavorado. Entrei em modo de recuperação – modo matar ou morrer. Correr foi meu primeiro instinto. Se você assistiu aquela luta, eu corri para o lado oposto do octógono. Ele veio me perseguindo”, contou Tito Ortiz, de acordo com a transcrição do site ‘MMA Mania’.

“Assim que você entra, é como se você pisasse em um liquidificador na cozinha e o liquidificador ligasse. Quando nós fizemos as encaradas para a coletiva de imprensa, para a pesagem, a primeira vez que nós fizemos a encarada eu me lembro de pensar comigo mesmo: ‘Ele não desapontou. Ainda é intimidante'”, recordou Rich Franklin.

“Wanderlei era um herói para mim. Eu idolatrava o jeito que ele lutava. Ele era tão agressivo, tão selvagem, tão avassalador. Feroz, feroz, especialmente naqueles anos de Pride. Em pé naquele ringue quando todas as luzes acendem e Zombie Nation surge. Eu olhei e ele estava fazendo aquela m*** de coisa com o pulso. Eu fiquei tipo: ‘O que c*** eu estava pensando? Eu pedi por essa m***?’. Sabe? Surreal. Essa foi uma daquelas lutas onde eu dei muita sorte. Eu estava morto de medo. Não achava que eu iria ganhar. Eu realmente só queria lutar com Wanderlei porque ele era um herói para mim”, relembrou Chris Leben.

Em mais de duas décadas no esporte – desde o ‘Vale-Tudo’ ao MMA -, Wanderlei Silva acumulou fãs e admiradores por seu estilo de luta agressivo e por sempre proporcionar grandes shows. Em seu cartel, o curitibano acumulou 35 vitórias, 14 derrotas, um empate e um ‘no contest’ (luta sem resultado).

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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