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Campeão do Bellator, Rafael Lovato Jr revela pausa na carreira devido a doença rara; entenda

Atual campeão peso-médio (84 kg) do Bellator, Rafael Lovato Jr resolveu abrir o jogo sobre os motivos de seu longo período afastado das competições de MMA. Ao podcast ‘The Joe Rogan Experience’, o faixa-preta de jiu-jitsu revelou que foi diagnosticado com cavernoma, uma condição relativamente rara que envolve a formação de vasos sanguíneos anormais no cérebro. Em razão disso, o americano – que tem procurado a opinião de diversos especialistas sobre o assunto – afirmou que continuará afastado por tempo indeterminado do esporte, e não descartou se aposentar, caso fique totalmente comprovado que sua continuidade na modalidade possa ser perigosa para sua saúde.

O drama de Rafael começou há 14 meses. Sem nunca ter competido em um local que exigisse uma tomografia cerebral para liberá-lo para lutar, Lovato viu esse cenário mudar ao ser escalado para encarar Gegard Mousasi em Londres. A instituição europeia reguladora do MMA, responsável pelo evento que o Bellator viria a realizar em junho de 2019 na capital inglesa, obrigou o lutador a passar pelo exame. E foi neste momento que a vida do americano mudou. De acordo com o lutador, ao perceber a anomalia no cérebro do atleta, o radiologista sugeriu que ele procurasse um especialista e não assinou sua liberação para a disputa de título contra Mousasi.

Já no Brasil, onde tinha marcado um camp de treinamentos, Rafael visitou diversos médicos, todos contrários à sua liberação. Até que o americano se consultou com um dos mais renomados neurologistas do país e finalmente conseguiu o primeiro parecer favorável a continuidade de sua carreira. Lovato, então, enviou a documentação de sua liberação por parte deste especialista à entidade reguladora europeia, e algumas semanas depois sua participação no combate em Londres foi aprovada. No dia 22 de junho de 2019, o faixa-preta de jiu-jitsu entrou no cage e derrotou Gegard Mousasi para conquistar o cinturão peso-médio do Bellator. No entanto, desde então, pouco tinha sido ouvido dele.

“Eu não estou me aposentando oficialmente. Eu definitivamente estou do lado de fora no momento. Estou vendo mais médios e buscando aprender mais sobre isso. Obviamente eu quero continuar lutando. Ainda tenho esperança que se eu continuar a ver mais médicos e conseguir mais conhecimento (eu possa continuar lutando). Isso é algo tão raro e único. Ninguém sabe muito sobre. Existem algumas pessoas dizendo: ‘Não, nem pensar’. E tenho esses outros especialistas e pessoas que lidaram com isso que falam: ‘Sim, está tudo bem’. É indefinido”, explicou Lovato, antes de completar.

“Se realmente não for seguro e eu não for liberado (para lutar) nunca, eu finalmente cheguei em um lugar (psicologicamente) onde eu consigo aceitar isso e eu vou seguir com a minha vida. Se eles (Bellator) precisarem marcar uma luta para determinar um novo campeão, está tudo bem. Vou fazer tudo que posso para ser aprovado para retornar. Mas isso é meio que um período de indefinição”, concluiu o lutador.

Algumas semanas após sua luta contra Mousasi, Lovato disse que recebeu uma ligação da entidade reguladora europeia admitindo que, após novos estudos realizados por eles com base em seus exames, um erro havia sido cometido ao liberá-lo para competir. Além de ser informado que nenhuma luta sua seria aprovada novamente na região, o americano foi aconselhado por um especialista irlandês a nunca mais entrar em um cage de MMA em sua vida. O atleta segue buscando opiniões de outros médicos, mas as conclusões continuam divididas, com alguns contra e outros a favor. O campeão revelou ainda que havia assinado a revanche contra Mousasi, que aconteceria no último sábado (25), mas a Comissão Atlética do Estado da Califórnia não o liberou.

Lutador laureado no jiu-jitsu, Rafael Lovato estreou no MMA profissional em setembro de 2014. Em sua curta carreira até o momento, o americano segue invicto após dez combates, e conquistou dois títulos, no Legacy FC e no Bellator.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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