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Thomas Almeida exalta UFC PI e conta sobre nova rotina após coronavírus

Thomas Almeida mira seu retorno aos octógonos no UFC São Paulo – Diego Ribas

À espera da confirmação de seu retorno aos octógonos depois de passar mais de dois anos afastado por conta de uma séria lesão no olho, Thomas Almeida decidiu se mudar para Las Vegas (EUA) para buscar novos treinos e uma rotina diferente da encontrada no Brasil de olho em uma evolução. No entanto, o peso-galo (61 kg) do UFC viu a vida na cidade, na qual havia chegado há um mês, ser modificada por completo com a explosão da pandemia de coronavírus em território americano, que obrigou as autoridades a adotarem medidas preventivas para tentar combater a propagação da doença. Em bate-papo durante uma live no canal do ‘Youtube’ da Ag. Fight, o lutador paulista comentou sobre como tem se mantido ativo, apesar das restrições impostas pelo governo local, e os principais motivos que o fizeram optar por viver nos Estados Unidos.

‘Thominhas’, que já havia vivido um período em Las Vegas em 2018, tem como seu companheiro de habitação Gabriel Checco, também lutador de MMA. Durante a conversa com a reportagem da Ag. Fight, o peso-galo comemorou o fato de ter a companhia do amigo para ajudá-lo nos poucos treinos técnicos que consegue fazer dentro de casa, já que as academias da cidade estão fechadas e a população cumpre o isolamento social imposto pelas autoridades a fim de amenizar a propagação do novo coronavírus. Com essa situação, a parte física acaba sendo a mais fácil de ser trabalhada pelo lutador, especialmente para evitar um possível ganho de peso.

“É frustrante porque eu saí do Brasil para vir para cá treinar, me preparar para uma futura luta, ainda não tenho nada marcado, mas mirando o UFC São Paulo. E agora tem que se adaptar, não tem o que fazer, não dá para ficar parado. Até porque ficar sem fazer nada em casa me dá vontade de comer, aí o peso já sobe, e o lutador tem que ter esse cuidado, ainda mais pelo fato de eu ser de uma categoria leve. Então, tenho que adaptar, faço os treinos em casa, sombra, saio para correr na rua. Espero que o pessoal não brigue comigo, mas eu saio para correr na rua, sim, não tenho contato com ninguém”, contou Thomas, antes de comemorar o fato de ter a companhia de Gabriel Checco.

“Tenho um parceiro (Gabriel Checco) que eu moro aqui, que é lutador, então isso ajuda, porque a gente não tem contato com outras pessoas e eu posso treinar com ele, fazer a parte técnica. Se ele não estivesse aqui e eu estivesse sozinho, eu não sei como ia ser. Um ajuda o outro. Mas a parte física é o que eu estou mais fazendo. Levanto um pouco de peso, faço (treino) funcional”, explicou o paulista.

Atleta formado na equipe ‘Chute Boxe/Diego Lima’, em São Paulo, ‘Thominhas’ viu no UFC Performance Institute (UFC PI), localizado em Las Vegas, a chance de crescer ainda mais como atleta. De acordo com o peso-galo, as instalações e os serviços disponibilizados no local podem otimizar seu tempo e acelerar o processo de recuperação, algo que ele pontua como uma diferença visível para o Brasil. Apesar disso, o lutador fez questão de elogiar a academia onde foi formado e afirmou que qualquer atleta pode evoluir independente do local de treinamentos.

“Acho que você consegue evoluir em todo lugar, basta você querer. Escolhi Vegas porque eu gostei muito do PI, foi algo que despertou a vontade (de vir para os EUA), você consegue fazer tudo que você precisa em um local só. Tudo que um atleta precisa está em um local só. Então, eu consigo focar mais, otimizar mais o meu tempo, e estar com a cabeça focada. Acho que essa é a grande ideia de fazer um camp, passar um período só treinando, sua cabeça e toda a sua energia focada naquilo. Acho que essa é a grande diferença (para o Brasil), mas treinar você consegue em qualquer lugar do mundo, ter boas equipes, ter bons treinos. Inclusive, a minha equipe no Brasil, na minha opinião, é a melhor do país, uma das melhores do mundo, a Chute Boxe/Diego Lima”, ressaltou Thomas Almeida, antes de continuar a exaltar as instalações do UFC PI.

“Você tem tudo, tem fisioterapia, a parte de recuperação, com jacuzi com água quente, piscina de água gelada. Então a parte de recuperação é muito melhor, você consegue estar melhor para o próximo treino. Tem uma câmara de raio infravermelho, que é responsável por recuperar e cicatrizar todas as lesões do corpo. (…) Existe uma diferença, eu fazia banheira de gelo no Brasil, mas você tem que ir lá encher de água, comprar gelo, tem todo esse trabalho. Lá (no UFC PI) não, já está lá, é só você chegar e fazer, é muito mais prático. Como eu falei, isso otimiza o treino, é o sonho de todo atleta”, explicou.

Tido como uma das grandes promessas do MMA brasileiro, Thomas Almeida chegou invicto ao UFC em 2014 e conquistou quatro triunfos seguidos em suas primeiras lutas pela organização. Porém, após sofrer sua primeira derrota na carreira, em maio de 2016, para Cody Garbrandt, o peso-galo acumulou mais dois reveses e apenas uma vitória. Devido a um descolamento de retina em seu olho, ‘Thominhas’ passou por três cirurgias e está afastado dos octógonos desde janeiro de 2018.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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