Marlon Moraes derrotou José Aldo no UFC 245 – Rigel Salazar/ PXImages
Atual número um do ranking peso-galo (61 kg) do UFC, Marlon Moraes viu o compatriota José Aldo – a quem derrotou por pontos em dezembro de 2019 – ser escolhido como próximo desafiante ao cinturão da categoria contra Henry Cejudo. Apesar de admitir que precisa reconquistar seu espaço em busca de mais um ‘title shot’, o lutador natural de Nova Friburgo (RJ), que acabou derrotado pelo americano ao disputar o reinado da divisão em junho do ano passado, descartou a ideia de que o manauara tenha tido méritos para garantir a peleja pelo título.
Em entrevista ao vivo pelo Youtube à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui), Marlon – que tem sua carreira agenciada pelo mesmo empresário de Cejudo – afirmou que o duelo entre o campeão e Aldo só foi marcado por um desejo pessoal do americano, que pretende adicionar uma vitória sobre o manauara, ex-soberano do peso-pena (66 kg), em seu currículo. Ao mesmo tempo, ‘Magic’, como é conhecido, alertou ao compatriota sobre a possibilidade de perder o ‘title shot’ caso o UFC esteja realmente impossibilitado de realizar o confronto no Brasil.
Agendada para acontecer no dia 9 de maio, no UFC 250, em São Paulo (SP), a disputa entre Cejudo e Aldo foi diretamente afetada pela pandemia do novo coronavírus. Com o Ultimate pensando em transferir o evento para os Estados Unidos e o brasileiro impossibilitado de entrar em território norte-americano por falta de visto, a organização cogitou substituí-lo por Dominick Cruz, ex-campeão dos galos, antes de finalmente decidir pelo adiamento de todos os seus shows programados indefinidamente.
“A luta só foi marcada porque o Cejudo quis. Se o Cejudo não quisesse lutar com ele (Aldo), essa luta não iria acontecer, a verdade é essa. Quem quis a luta foi o Cejudo e o UFC aceitou. A luta só está acontecendo por causa do Cejudo, não foi porque o Aldo me ganhou, ou porque a nossa luta foi apertada. O motivo da luta é porque o Cejudo quer vencer o Aldo, mas pode ser que ele não vença. Você entra ali no cage e é uma luta de MMA. Ele acha que o Aldo é uma luta fácil, mas o Aldo não é fácil. Então, pode ser que ele quebre a cara nessa aí”, analisou Marlon, antes de conjecturar sobre uma possível mudança definitiva no próximo adversário do campeão.
“Era um cenário bom para o Aldo e era um cenário bom para o UFC. Esse evento sendo no Brasil. Agora, esse evento não sendo no Brasil, eu já não sei se eles vão para frente com essa luta. Não sei em que pé está, mas acho que se o Dominick Cruz assinou para lutar, eu acho que eles não vão trocar não. Acho que eles vão colocar ele (Cruz) mesmo para lutar”, ponderou o lutador fluminense.
Após acumular quatro vitórias consecutivas no Ultimate, Marlon Moraes teve a oportunidade de disputar o cinturão vago do peso-galo em junho de 2019, mas acabou derrotado por Henry Cejudo por nocaute técnico. Em sua luta seguinte, ‘Magic’ superou José Aldo, que fazia sua estreia na categoria, na decisão dividida dos juízes, após protagonizar uma peleja bastante equilibrada com o compatriota. Para seu próximo compromisso, o brasileiro havia sido escalado para enfrentar o russo Petr Yan, no UFC Cazaquistão, no dia 13 de junho, mas, devido à pandemia do coronavírus, o combate pode ser afetado ou sofrer alguma alteração de sede e data.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.