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Ketlen Vieira analisa vitória e dedica triunfo no UFC 253 para Dedé Pederneiras
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por
Natássia del Fischer, em Abu Dhabi (EAU)
Após sofrer sua primeira derrota na carreira em dezembro do ano passado, ao ser nocauteada por Irene Aldana, Ketlen Vieira subiu no octógono do UFC 253 – montado na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU) – com a pressão de quem buscava apagar a última apresentação da memória e retomar o caminho das vitórias. A troca de adversárias a poucos dias do evento e a ausência de ‘Dedé’ Pederneiras – treinador da peso-galo (61 kg) – no seu córner dificultaram, mas não impediram o triunfo da manauara no confronto do último sábado (26), diante de Sijara Eubanks.
Na coletiva de imprensa pós-show, a brasileira admitiu que a importância de conseguir um resultado positivo influenciou em seu desempenho dentro do octógono do UFC 253. Outro fator que dificultou a obtenção da vitória de forma mais tranquila, de acordo com Ketlen, foi a atuação de Sijara Eubanks, sua rival, que – apesar de aceitar o combate contra a manauara de última hora, substituindo Marion Reneau – demonstrou ser uma oponente mais dura do que o esperado pela atleta da equipe ‘Nova União’.
“Eu entrei bem apreensiva, com um peso nas minhas costas porque eu vinha de uma derrota. Então, essa luta era muito importante. Peguei uma adversária que trocou em cima da hora. Quando a gente vem de uma derrota, a gente fica bem apreensiva, então eu não me soltei. E quando eu tentava derrubá-la, eu via que ela era muito dura. Eu coloquei na minha cabeça que era uma luta que eu precisava ganhar round a round. O que importa, como o mestre Dedé sempre fala para mim: ‘Mais vale sair vaiado com a vitória, do que aplaudido na derrota’”, explicou Ketlen, antes de completar.
“A luta foi mais difícil do que eu esperava. Eu achava que conseguiria derrubar a Sijara com mais facilidade, mas ela se mostrou uma atleta muito dura, que não se abala por nada. Por mais que eu a acertasse, que eu colocasse pressão nela, ela estava sempre andando para frente, buscando a vitória. Foi uma vitória muito importante, em cima de uma atleta muito dura”, ressaltou.
Além de ter uma troca de adversárias a poucos dias da luta, Ketlen viu seu head coach ser afastado de sua convivência nos últimos dias que antecederam o evento e, consequentemente, do seu córner no momento do combate, já que ‘Dedé’ Pederneiras testou positivo para COVID-19 já em Abu Dhabi, sendo imediatamente isolado. Mesmo assim, com a ajuda de Marcos ‘Loro’, ex-campeão peso-galo do Bellator, que ficou responsável por dar as instruções durante a peleja à manauara, Vieira pôde sair vitoriosa e dedicar o triunfo ao mestre.
“Foi tudo muito difícil. Foi difícil lutar com uma adversária que eu não tinha treinado para enfrentar e ter o Dedé (Pederneiras), que tem uma vasta experiência, seria muito bom, porque – por mais que eu não tivesse treinado para ela – ele iria saber o que me dizer na hora. Ele é um cara muito inteligente, ele muda o jogo na hora da luta se não estiver dando certo. Foi muito difícil, mas, graças a Deus, eu tive o Marcos Loro ali, que foi excelente”, contou Ketlen, antes de homenagear o treinador.
“Ainda não (falei com o Dedé), só dediquei a vitória para ele. Mas a gente estava se falando antes de eu entrar. Estou muito feliz de poder dedicar essa vitória para ele, para toda a minha equipe, para todos os meus treinadores. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho, se eu cheguei aqui foi por conta do trabalho duro de pessoas que acreditam em mim”, concluiu.
Com o triunfo na decisão unânime dos juízes sobre Sijara Eubanks no UFC 253, Ketlen Vieira soma agora 11 vitórias e apenas uma derrota em seu cartel. Atualmente, a peso-galo ocupa a sétima posição no ranking da divisão, mas o recente resultado positivo conquistado pode fazer com que ela suba alguns degraus na próxima atualização semanal da lista.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.