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Jailton Malhadinho celebra sua vitória sobre Shamil Abdurakhimov no UFC 283, no Rio de Janeiro.
Em caso de vitória no UFC 299, Malhadinho pode se credenciar para uma disputa de título - Leandro Bernardes/Ag Fight

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UFC: Entenda por que Malhadinho pode ampliar legado de estrelas brasileiras no peso-pesado

Tradicionalmente, a categoria dos pesos-pesados costuma atrair mais a atenção dos fãs nos esportes de combate. E no MMA não é diferente. Uma das grandes potências mundiais na modalidade, o Brasil revelou inúmeros talentos na categoria e, alguns deles – como Rodrigo Minotauro, Junior Cigano e Fabrício Werdum – alcançaram o status de estrela nos auges de suas carreiras, sendo coroados, inclusive, como campeões da principal organização do planeta: o UFC. Em 2024, um forte candidato para engrossar este seleto grupo pode ampliar ainda mais o legado verde-amarelo no Ultimate: Jailton Almeida, o ‘Malhadinho’.

A última vez em que um brasileiro esteve sob posse do cinturão peso-pesado do UFC foi em maio de 2016, quando o então campeão Werdum foi destronado por Stipe Miocic, via nocaute. Após quase uma década ‘na seca’, o Brasil tem em Malhadinho sua principal esperança de resgatar a tradição e ampliar o legado do país na categoria até 120 kg.

Estilo raro e implacável

Mais ágil e atlético do que a maioria dos pesos-pesados, Jailton Almeida também é dono de um estilo raro na categoria. Afinal de contas, o brasileiro não é reconhecido pelo poder de nocaute, como grandes estrelas da divisão. Pelo contrário, o baiano tem como seu carro-chefe o wrestling de alto nível. Com um jogo de imposição física, Malhadinho consegue, através da luta agarrada, ‘grudar’ e levar seus oponentes para o solo – onde normalmente costuma encerrar os combates.

Invicto no Ultimate

No UFC desde fevereiro de 2022, Malhadinho não sabe o que é perder na principal companhia de MMA do mundo. Desde sua estreia, foram seis vitórias. Se somados resultados em outras ligas, o brasileiro vem de 15 triunfos consecutivos. Sua última derrota foi em 2018, quando ainda competia no circuito nacional. Além do cartel acima da média, Jailton tem uma taxa de letalidade quase perfeita no cage – concluiu 19 de suas 20 vitórias no esporte via finalização ou nocaute.

Adaptação física aos pesos-pesados

Apesar de despontar com um futuro brilhante e já ocupar a sétima colocação do ranking, Malhadinho não é um peso-pesado de origem. Surpreendentemente, o atleta de Salvador iniciou sua carreira entre os meio-médios (77 kg) e, com o tempo, foi ganhando massa e subindo de categoria. Após breve passagem pelo peso-médio (84 kg), o brasileiro se firmou entre os meio-pesados (93 kg), divisão pela qual estreou no UFC.

Mas ao enxergar uma oportunidade de acelerar sua guinada entre os pesos-pesados, Malhadinho decidiu migrar para a divisão até 120 kg. Considerado um peso-pesado ‘leve’ comparado aos seus oponentes, o brasileiro vai, aos poucos, adaptando seu biotipo para competir da melhor forma na categoria. E isso fica evidente pela projeção de pesos atingidos em suas últimas quatro aparições no Ultimate: 98,2 kg; 104,7 kg; 107 kg e nesta sexta-feira (8), 109,3 kg.

Teste de fogo no UFC 299

Após uma rápida ascensão no Ultimate e vindo de duas vitórias em lutas principais na empresa, contra Jairzinho Rozenstruik e Derrick Lewis, respectivamente, Malhadinho terá um teste de fogo no UFC 299 deste sábado (9), em Miami (EUA). Para boa parte dos fãs e imprensa especializada, Curtis Blaydes, seu próximo adversário, representa o maior desafio enfrentado pelo brasileiro até o momento.

A visão pode ser explicada pelo estilo de luta do americano, que atualmente ocupa a quinta posição do ranking. Assim como Malhadinho, Blaydes possui sua base no wrestling e, ao menos na teoria, será um oponente mais difícil de ser quedado que os rivais anteriores de Jailton. Por outro lado, caso tenha novamente o braço erguido, o atleta da Bahia se coloca de vez como um dos postulantes ao título da organização.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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