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Louis Grasse/PxImages

UFC

Cormier concorda com postura de Glover em imbróglio do UFC 282: “Faria a mesma coisa”

Quando Jiri Prochazka se lesionou às vésperas do UFC 282, Glover Teixeira teve a oportunidade de se manter no card, ainda disputar o cinturão dos meio-pesados (93 kg), mas diante de Magomed Ankalaev. Com um adversário com um estilo completamente distinto para o qual vinha se preparando, o brasileiro recusou a proposta do Ultimate e ficou de fora do evento. A postura do veterano foi elogiada por Daniel Cormier, ex-campeão meio-pesado e peso-pesado da companhia.

Em entrevista à ‘ESPN’ americana, ‘DC’ ainda ressaltou que, caso estivesse na posição de Glover, teria agido da mesma forma. Na opinião do ex-lutador, rivais de estilos opostos requerem treinamentos específicos e distintos e, por isso, é imprudente aceitar este tipo de oferta sem tanto tempo de camp. Vale ressaltar que o brasileiro realizou uma contraproposta ao UFC, sugerindo um duelo contra Jan Blachowicz, com quem já lutou no passado e venceu, mas não teve seu desejo atendido.

“Faria a mesma coisa se fosse o Glover. É diferente. Quando estava lutando, me disseram, já como campeão: ‘Você lutaria com Derrick Lewis em três semanas?’ Sabendo o casamento de estilo, eu disse: ‘Claro’. Stipe Miocic. Eu nunca lutaria com ele com apenas três semanas de aviso, porque é um estilo diferente (…) Glover também sabe disso, se você der o Jan Blazhowicz para ele, é um cara que ele já lutou antes, para o qual já se preparou. O Ankalaev é desconhecido, ninguém sabe exatamente o que ele é, especialmente sendo tão bem conceituado (…)”, opinou o agora comentarista de MMA.

Com a experiência de quem pendurou as luvas com mais de 40 anos de idade e competindo em alto nível, assim como Glover – que tem 43 no momento -, Cormier foi além em sua análise e afirmou que o fator tempo provavelmente teve um peso importante na recusa do brasileiro. Na visão do americano, o atleta de Sobrália, Minas Gerais, só terá mais uma chance pelo cinturão a essa altura de sua carreira.

“Tempo. Ele não tem tempo para se remontar (caso perca). Ele tem 43 anos. Quando se chega nessa idade, você tem que capitalizar agora ou as coisas não acontecem. Quando tinha 30 e vinha numa sequência de 18 vitórias, Glover conseguiu construir seu caminho até um ‘title shot’ com o Jones, perder, depois ir até uma luta pelo número 1 contra mim, perder, fazer isso novamente, perder e depois se recuperar de novo e se tornar campeão, porque ele tinha tempo. Com 43 anos, você não tem tempo, então você tem que ser bem seletivo”, explicou.

Com toda as nuances e negociações de bastidores, o Ultimate optou por elevar o duelo entre Jan Blachowicz e Magomed Ankalaev ao posto de ‘main event’ do show com sede em Las Vegas (EUA) e, além disso, colocar o título linear até 93 kg em jogo justamente neste confronto, a fim de manter uma disputa de cinturão no card numerado de grande porte.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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