No próximo dia 10 de junho, a brasileira Amanda Nunes volta ao octógono mais famoso do mundo para defender seu cinturão peso-galo (61 kg) do Ultimate, diante da mexicana Irene Aldana, na luta principal do UFC 289, que será sediado em Vancouver, no Canadá. Entretanto, este confronto poderia nunca ter acontecido.
Além de Aldana não ter sido a primeira opção do UFC como próxima desafiante, Amanda poderia ter pendurado as luvas há cerca de um ano e meio. A possibilidade de se aposentar após a derrota para Julianna Peña, de acordo com a própria lutadora baiana, em entrevista à ‘ESPN’ americana, foi, de fato, cogitada por ela.
“Eu estava muito confusa. Perder meu cinturão foi loucura. Mas ao mesmo tempo, eu sei que eu estava triste. Algo estava errado. Alguma coisa não estava certa. E por isso pareceu como se não fosse real para mim. E depois quando eu vi Din (Thomas), no lado de fora da arena, e eu dei um abraço nele, eu olhei para ele e disse: ‘Eu acho que acabou’. E nós nos olhamos e ele falou: ‘Tem certeza? Ok, me ligue depois. Fale comigo depois'”, recordou a baiana.
Reconquista do título serviu como motivação
Até então invicta há 12 combates, dona dos cinturões peso-galo e peso-pena (66 kg) do UFC e considerada por grande parte do mundo das lutas como a ‘GOAT’ (maior de todos os tempos) do MMA feminino, Amanda chegou para a primeira disputa com Julianna Peña, em dezembro de 2021, como ampla favorita. Porém, uma atuação abaixo da expectativa fez com que a brasileira fosse finalizada e visse seu reinado na divisão até 61 kg do Ultimate ser encerrado.
Depois de cogitar abandonar definitivamente o esporte, a brasileira reconsiderou a ideia e encontrou a motivação perfeita para dar continuidade a sua carreira: retomar o posto de soberana dos galos do UFC e tirar o título de Peña – a qual Amanda julgava não merecer a disputa de cinturão antes mesmo do revés. Com isso em mente, a Leoa deixou a American Top Team, equipe da qual fazia parte há muitos anos, abriu sua própria academia e deu o troco na rival norte-americana sete meses depois do primeiro embate entre elas.
“Eu dirigi de volta para casa e estava colando meus pensamentos em ordem, tudo: o que eu passei durante aquele camp, tudo sobre o que eu estava chateada – e eu estava triste também, por alguns momentos no campo. Quando eu coloquei tudo junto, e eu e (minha esposa) Nina estávamos conversando, eu disse: ‘Não posso deixar meu cinturão com a Julianna. Pode ser qualquer outra menos ela. Não posso deixar meu cinturão com aquela garota. Ela não merece aquele cinturão. Ela não fez nada para realmente merecer segurar aquele cinturão'”, contou.
Futuro incerto?
Apesar de Amanda Nunes ter desistido da possibilidade de se aposentar naquele momento, ter recuperado seu cinturão peso-galo e já ter nova defesa de título programada para junho, o futuro da campeã – pelo menos a longo prazo – ainda é incerto. Recentemente, o próprio Dana White, presidente do UFC, se mostrou pouco convicto ao falar sobre o assunto e deixou nas mãos da brasileira a decisão sobre este tema. O fato é que a Leoa, de 34 anos, já alcançou um patamar – tanto financeiro, como esportivo – que permite com que ela faça sua escolha com tranquilidade.