Virna Jandiroba chegou no Ultimate com um cartel irretocável de 14 vitórias e também com o status de ex-campeã do Invicta FC. Sendo assim, sua estreia na principal liga de MMA do mundo foi cercada de expectativas do público, principalmente dos fãs brasileiro. E talvez esse tenha sido um dos fatores que, curiosamente, pesaram contra a peso-palha (52 kg) no duelo contra Carla Esparza. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, ‘Carcará’ admitiu que entrou no octógono do UFC pela primeira vez com um peso a mais nas costas.
De acordo com a brasileira, diversos fatores contribuíram para sua derrota em abril, dentre eles, a expectativa criada em volta de sua estreia. Virna também destacou o mérito de sua rival, que é uma ex-campeã do Ultimate. Mas mesmo começando com o ‘pé esquerdo’ na liga, a peso-palha conseguiu enxergar um lado positivo em seu revés. Segundo Jandiroba, o resultado negativo, de certa forma, lhe tirou a pressão de carregar o carimbo de invicta no esporte.
“Sim, acho que são muitos fatores, teve o peso de estrear no evento, com pouco tempo. Não tinha nem virado a chave de ter me tornado atleta do UFC e já estava lutando (risos), lógico que teve isso. Mas teve também o fator de mérito da Carla, ela é realmente uma menina muito dura. Eu cometi alguns erros na luta e também não estava com o tempo de luta adequado. Foram vários fatores. Mas mesmo sem o resultado esperado, que era a vitória, fiz uma luta muito boa, equilibrada com a Carla, uma luta boa de ser vista”, destacou Virna, antes de projetar performances ‘mais leves’ daqui em diante.
“Acho que sim (expectativa criada foi um peso a mais), até cheguei a falar que a ‘parte boa’ – lógico que ninguém gosta de perder -, mas a parte boa de perder é que você diminui essa expectativa de invencibilidade e tal. Porque todo mundo perde, seja na luta ou na vida. Talvez isso também tenha me pressionado, e gerado uma expectativa sobre mim. Então talvez a derrota tenha servido para isso, para diminuir as expectativas. Tenho tentado deixar as cargas de lado, me divertir, que é o mais importante. Me divertir no processo para performar da melhor forma lá dentro. Espero que eu me expresse melhor do que a última vez, no sentido de ficar mais à vontade mesmo (na luta)”, completou a brasileira.
Outro fator que pode ter influenciado no resultado de seu debute é a grandeza do Ultimate. Apesar de ser uma atleta experiente e com passagens por diversos eventos, nacionais e internacionais, Virna nunca havia feito parte de uma companhia das proporções do UFC mundialmente.
“O nível de organização (do UFC) é algo impressionante. Para mim foi o maior diferencial. Em nível de organização, a galera do UFC é muito diferente mesmo. A galera do Invicta também acho que eles tomam como referência o UFC, essa questão organizacional. Mas no UFC é maior. Acho que a própria festa, é tudo muito grandioso. Sobretudo para o público. A gente vê com atleta aqui de dentro, a questão de tratamento e organização, mas quando você está de expectador lá dentro do evento assistindo, é algo grandioso. A galera dá um verdadeiro show, é demais”, opinou Jandiroba.
E para retomar os trilhos da vitória, Virna aposta em seu carro-chefe: o jiu-jitsu. A brasileira pretende usar suas credenciais na arte suave contra a americana Mallory Martin para sair vitoriosa no próximo sábado (7), no UFC Washington.