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Camila Oliveira segura a placa indicando o round 1 de uma luta do UFC SP
A brasileira Camila Oliveira é uma das ring girls do UFC - Leandro Bernardes/Ag Fight

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UFC veta ‘ring girls’ em primeiro evento na Arábia Saudita; entenda

Pela primeira vez na história, o UFC desembarcou na Arábia Saudita para promover um de seus eventos neste sábado (22). E, ao que tudo indica, para tirar do papel a inédita edição – fruto da boa relação entre a principal organização de MMA do planeta e o governo do rico país do Oriente Médio, maior exportador de petróleo do mundo -, o Ultimate precisou se adequar aos costumes e crenças locais.

Prova disso é que, de forma surpreendente, o UFC Arábia Saudita não conta com a presença das suas tradicionais ‘ring girls’ – ausência notada desde a pesagem cerimonial de sexta-feira (21) e se confirmou na abertura do card deste sábado. O veto às profissionais responsáveis por anunciar o início de cada round dos combates pode ser explicado pelo fato do país sede da edição – de religião muçulmana – possuir um dos regimes mais restritivos do mundo em relação aos direitos das mulheres, que são consideradas cidadãs de segunda classe na região.

Sem mulheres no card

Além da ausência das ‘ring girls’, o UFC Arábia Saudita também não conta com nenhum combate feminino dentro do octógono. Entre os 22 atletas escalados para 11 lutas no card do evento deste sábado, nenhuma mulher aparece na lista feita pelos ‘matchmakers’ da organização.

Pesos diferentes?

Curiosamente, a mesma régua não foi utilizada pelo UFC ao promover eventos em outros países seguidores do Islã, como nos Emirados Árabes Unidos, onde a entidade já promoveu 18 shows, todos na capital Abu Dhabi. Isso talvez se explique porque o local, ainda que também siga a religião muçulmana, é considerado menos radical em seus costumes, o que proporciona maior liberdade e direitos às mulheres.

Polêmica com Khabib Nurmagomedov

Um dos maiores expoentes do MMA nos últimos tempos, Khabib Nurmagomedov – muçulmano do Daguestão (RUS) – já expôs publicamente seu descontentamento com a presença das ‘ring girls’ em eventos esportivos. Para o ex-campeão do UFC, que após a aposentadoria se dedicou também à função de promotor de shows, as profissionais são “inúteis” para o espetáculo. A polêmica declaração do russo foi rebatida por algumas figuras importantes no meio, como a lutadora Valentina Shevchenko e a ring girl Arianny Celeste.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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