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Natassia del Fischer/PxImages

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Treinador revela que Vitor Belfort expulsou ‘Borrachinha’ de camp em 2015

A relação entre Vitor Belfort e Paulo ‘Borrachinha’ – dois lutadores de gerações diferentes, que conseguiram levar o nome do Brasil ao topo do MMA Mundial – parece não ser das melhores. Há alguns anos, quando o veterano ainda fazia parte do plantel do UFC, a então jovem promessa do peso-médio (84 kg) quaase cruzou com o ‘Fenômeno’ em uma luta, que nunca chegou a ser oficializada.

Na época, os dois a trocaram farpas pela imprensa e Cezar ‘Mutante’, pupilo de Vitor, entrou na jogada para defender o ex-campeão do UFC, acusando o mineiro de traição, por desafiar Belfort mesmo já tendo sido seu companheiro de treinos. Agora, passados alguns anos, uma história ligando o passado dos dois – revelada por Vinicio Antony, conhecido treinador e faixa-preta de caratê, no podcast ‘Connect Cast’ – pode ajudar a entender melhor essa rivalidade.

De acordo com o mestre de caratê, ‘Borrachinha’ – que já havia participado do camp de preparação de Vitor para a disputa de título contra Chris Weidman – também foi selecionado para ajudar na preparação para a terceira luta da trilogia do carioca contra Dan Henderson, em 2015, mas acabou sendo expulso pelo veterano, que teria se incomodado com uma atitude do jovem lutador durante os treinos. Com isso, Vitor – que na época já estava radicado nos Estados Unidos – teria comprado imediatamente a passagem de avião para que o mineiro retornasse ao Brasil.

“O Vitor não quis o Borrachinha. Mandou embora. Eu fui casar o treino (entre eles) umas duas vezes, e ele (Belfort) falou: ‘Não, não, não. Deixa eu fazer aqui com o (Cassiano) Tytschyo. Espera aí, que eu vou fazer ali com o Jordan’. E isso aconteceu dois dias seguidos. (…) E o Borrachinha ficou puto, foi para o chuveiro e voltou. Eu vi aquela p*** e fiquei quieto. Daqui a pouco, o Vitor falou: ‘Mestre, puxa um treino para o Borrachinha para ele não ficar sem fazer nada hoje’. Aí eu falei: ‘Não, cara. Ele já está de banho tomado’. Aí o Vitor olhou para o cara lá de cima, e eu falei: ‘Ih, f***'”, recordou Vinicio Antony, antes de continuar.

“Eu já fui no Borrachinha e falei: ‘Porra, tá maluco? O cara te trouxe para cá’. Ele falou: ‘Mas eu quero treinar’. E eu disse: ‘Bicho, é o camp dele, não é o seu. Cola em mim que vai chegar o momento (de você treinar com ele). Vai treinar com o Tytschyo, treina com a galera. Daqui a pouco eu vou te colocar com ele, não vai ter como fugir disso’. Aí chegamos em casa, (…) toca o telefone, Gustavo: ‘Vini, manda o Borrachinha para o aeroporto porque a passagem dele está comprada, é agora às 4h da tarde’. Eu falei: ‘Que isso? O que houve’. E ele: ‘Cara, o Vitor não gostou da energia dele’. Eu falei: ‘C***, que porra de esoterismo é esse agora? Não é por aí. O moleque é bom para caramba’. Ele: ‘Cara, o Vitor não quer, está irredutível, já comprou a passagem’. E agora? Como faz? Fui lá, falei com ele (Borrachinha). Ele ficou revoltado e foi embora”, concluiu o treinador.

Com o passar do tempo, as trajetórias dos dois astros tomaram rumos diferentes e, com isso, a rivalidade entre eles – ao menos publicamente – perdeu força. Após acumular alguns resultados negativos, e já com a idade avançada, Vitor Belfort deixou o UFC, anunciando sua aposentadoria. Algum tempo depois, o veterano assinou com o ONE Championship e flertou com um retorno ao MMA, que nunca se materializou. Porém, recentemente, o ex-campeão peso-meio-pesado (93 kg) do Ultimate iniciou sua trajetória no boxe, com um triunfo sobre a lenda da nobre arte Evander Holyfield.

Por sua vez, Paulo ‘Borrachinha’ seguiu sua ascensão no UFC e conseguiu se credenciar para disputar o cinturão peso-médio da liga. No entanto, em setembro do ano passado, o mineiro acabou derrotado pelo campeão Israel Adesanya, falhando em sua tentativa de conquistar o título da categoria. De olho em recolocar seu nome na fila por um ‘title shot’, ‘Borrachinha’ tem compromisso marcado para o dia 23 de outubro, quando enfrentará o italiano Marvin Vettori.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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