Conhecido por seu trabalho como treinador de jiu-jitsu, Eddie Bravo não estava preparado para servir como técnico principal em uma luta de MMA, especialmente uma com o cinturão interino peso-leve (70 kg) do UFC em jogo. Mas foi exatamente isso que aconteceu no decorrer do combate entre Tony Ferguson e Justin Gaethje, no UFC 249.
Ao podcast ‘The Joe Rogan Experience’, o treinador admitiu que foi um erro ter sido escolhido para dar orientações a Ferguson durante a peleja, ainda mais por ter se tratado de um duelo que se manteve predominantemente em pé durante sua duração. Com apenas um membro da equipe de cada lutador liberado para subir ao octógono entre os rounds para passar instruções aos atletas, Bravo foi o escolhido para a missão quando o confronto já parecia decidido a favor de Gaethje, que atropelou o rival na trocação a partir do terceiro assalto.
“Eu nunca fui um treinador principal de MMA na minha vida. Nunca quis ser. Nunca quis ser, e até hoje, isso é culpa minha, nunca fui. Não sou Trevor Wittman, esse cara é ótimo. Não sou Greg Jackson, Duke Roufus. Isso é outro nível. Esse é o tipo de cara que deveria falar com o lutador quando ele senta. Eu sou um treinador especialista. Sou o cara que fala m*** no lado. Especialmente em uma luta em pé, eu não deveria ter tido um microfone em mim, porque eu sabia que essa luta seria em pé. Se a luta fosse para o chão, se essa fosse a luta com Khabib (Nurmagomedov), sim, talvez tenha bastante trabalho no chão, talvez fizesse sentido para a televisão colocar um microfone em mim”, destacou Eddie Bravo, antes de admitir que a decisão de colocá-lo para orientar Ferguson foi um erro.
“Depois do quarto round, eu estava tipo: ‘Oh, m***’. E assim que a buzina soou depois do quarto round, Rashad vira para mim e diz: ‘Eddie, entra lá’. Eu não estava preparado para isso. Não estava pronto para entrar lá. Então, eu entrei lá pensando: ‘Que m*** é essa? Eu não sou um treinador principal de MMA’. Eu deveria orientá-lo, esse treinador especialista. Foi um erro eu ter entrado lá. Isso foi um erro”, lamentou.
Com Tony Ferguson amplamente superado por Justin Gaethje na luta em pé, o combate acabou interrompido pelo árbitro restando pouco mais de um minuto para o fim do quinto round, consagrando Gaethje como o vencedor por nocaute técnico. Mesmo sendo bastante habilidoso no grappling, ‘El Cucuy’ optou por não buscar o jogo de chão contra o rival, estratégia questionada por muitos.