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Nesta terça-feira (5) ocorreu o primeiro dia de julgamento do caso, que promete se estender no Tribunal - Louis Grasse/Ag Fight

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Suposta vítima de abuso sexual depõe contra McGregor no Tribunal: “Achei que ia me matar”

Nesta terça-feira (5), Conor McGregor compareceu ao Tribunal Superior de Dublin para participar do primeiro dia de julgamento de uma ação civil movida contra ele e James Lawrence por Nikita Ni Lamhain, que alega ter sido vítima de abuso sexual praticado por ambos. Com a presença do astro do UFC, da suposta vítima e de algumas testemunhas envolvidas no caso – que teria ocorrido em dezembro de 2018 -, detalhes sobre o episódio foram revelados no processo mediado pelo juiz Alexander Owens.

A principal novidade veio com o depoimento prestado por Daniel Kane, médico que teria atendido Nikita após o incidente ocorrer. O ginecologista do pronto-socorro alegou que a suposta vítima teria chegado ao Hospital Beacon, em Dublin (IRL), com diversos hematomas espalhados pelo corpo. Após realizar os exames necessários, Kane teria concluído que a versão da cabeleireira irlandesa era consistente com a ordem cronológica dos fatos, que teria culminado em um suposto estupro.

Ele me segurou pelo pescoço. Ele me impediu de respirar algumas vezes. Achei que ele ia me matar”, teria dito a suposta vítima, de acordo com o depoimento dado pelo médico que a atendeu após o incidente com McGregor, segundo alguns portais da região que compareceram ao julgamento, como o ‘The Irish Times’ e o ‘Irish Mirror’.

Relato da suposta vítima

Além do médico Daniel Kane, Nikita também prestou depoimento no Tribunal ao juiz e ao júri do caso – formado por oito mulheres e quatro homens. A cabeleireira revelou que conhecia McGregor através de seus primos. E, durante uma festa realizada no dia 9 de dezembro com alguns colegas de trabalho, teria entrado em contato com o lutador irlandês via mensagem. A suposta vítima também admitiu ter ingerido bebidas alcoólicas e feito uso de cocaína antes de se encontrar com o astro do UFC.

Mais tarde naquela mesma noite, McGregor e o homem identificado como James Lawrence foram até o encontro de Nikita e levaram ela e uma amiga para passear de carro. Após um tempo no veículo, os envolvidos no caso se encaminharam para o Hotel Beacon, em Dublin (IRL), onde, em uma mansão, teria ocorrido o suposto estupro. Quando ficou a sós com Conor na dependência do quarto, a suposta vítima relembrou a postura agressiva do lutador.

“Ele estava vindo para cima de mim. Ele começou a tentar me beijar, esfregando meu rosto. Eu sabia o que ele estava procurando. Eu disse: ‘Não, não me sinto confortável, conheço Dee (sua esposa), conheço a família dela’. Eu estava tentando convencê-lo de que não queria nada. Eu não queria fazer sexo e não estava lá para nada disso. Ele simplesmente não aceitava um não como resposta. Ele então me prendeu na cama. Me lembro de colocar os braços contra o peito para mantê-lo o mais longe possível de mim. Ele apenas continuou empurrando seu peso em cima de mim”, relembrou Nikita, em frente ao júri.

O que está por vir?

Este foi apenas o primeiro dia no Tribunal. O julgamento do caso deve durar cerca de duas semanas ao todo, de acordo com o juiz Alexander Owens, e tende a ser retomado nesta quarta-feira (6). Assim como James Lawrence, o outro homem citado por Nikita, Conor McGregor também se defendeu da acusação, alegando que a relação sexual tida com a suposta vítima teria sido consensual. Ainda é incerto que tipo de penas, multas ou indenizações o astro do UFC poderia ter que arcar caso seja julgado culpado judicialmente no desfecho do episódio.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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