Sheymon Moraes tem uma tatuagem na mão em homenagem ao filho de 2 anos – Diego Ribas
Quantas mulheres trabalham duro todos os dias e ainda precisam cuidar de seus filhos? Muitas, sobretudo no Brasil, país com índices alarmantes de alienação parental. Por causa desta incômoda tradição brasileira, casos como o de Sheymon Moraes, pai que tem a guarda de seu filho, ainda chamam a atenção — como se a conciliação da paternidade fosse um um problema maior para os homens, o que o próprio peso-pena (66 kg) discorda. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o carioca contou como é dividir a rotina de treinos com os cuidados com o filho, que mora com ele nos Estados Unidos e costuma acompanhá-lo nas visitas diárias à academia ‘Black House’.
Sheymon volta à ação pela maior organização de MMA do planeta no UFC Sacramento, que será realizado no próximo sábado (13), no estado americano da Califórnia (EUA). Confiante na vitória sobre Andre Fili, o lutador explicou que preferiu ficar com a guarda do pequeno Sheydon, de dois anos, após separar-se da ex-mulher Ashley, que também vive nos EUA. E, apesar de os cuidados com o filho dificultarem o descanso no intervalo dos treinos, o carioca garante que a decisão foi acertada.
“Ele é um bom menino, se comporta legal. É meio cansativo porque eu não paro para descansar. Treino e já tenho que levar ele para brincar um pouquinho, tenho que alimentar, dar banho… Já volto e treino de novo. Mas ele é um bom menino, é fácil de lidar com ele”, destacou, antes de ressaltar que a ex-mulher também o ajuda com o filho.
“Tenho o dia mais aberto, uma rotina mais flexível e posso dar mais atenção a ele. E ela (Ashley) tem que trabalhar, tem outros empregos, então fica difícil para ela. (…) Mas todo fim de semana ele está com a mãe e ela é uma mãe muito boa para ele, está sempre presente, passa lá para ajudar com ele, e a gente tem uma amizade muito legal”, completou.
Sheymon, aliás, costuma compartilhar nas redes sociais fotos e vídeos do filho ao seu lado durante os treinos na academia californiana ‘Black House’. E, apesar de o pequeno Sheydon vez ou outra também calçar as luvas e já parecer levar jeito para a luta, o ‘pai coruja’ garante: não quer que ele siga os seus passos.
“Ele gosta, sim, porque me vê treinando, sabe dar soco, sabe dar chute… Ele brinca de lutinha, mas eu não quero que ele lute não. Ele é muito bonito para lutar. (…) Agora é vencer, para a situação poder melhorar cada vez mais para eu poder dar o melhor para o meu filho”, projetou, ao comentar sobre o seu próximo combate no UFC.
Contra Fili, Sheymon tentará a primeira vitória por nocaute no UFC, já que seus dois triunfos na organização foram por decisão dos juízes. Apesar disso, ele vem de derrota para Sodiq Yusuff, em março. Deste modo, caso esteja em um bom momento na luta contra Andre, ele destacou que evitará se expor.
“Eu sempre busco o nocaute, mas chega em um nível que fica mais difícil de conseguir esse nocaute. Meus últimos adversários foram muito duros, mas eu busco sempre o nocaute, vou tentar terminar com a luta antes dos três rounds, mas eu vou lá para vencer. Se eu puder vencer sem correr riscos e sem me expor, eu farei isso. O importante é a vitória”, concluiu.
Aos 28 anos, Sheymon possui um retrospecto profissional no MMA de 11 vitórias e três derrotas. Já Fili, um ano mais velho, soma 19 triunfos e seis reveses até o momento nas artes marciais mistas.