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‘Sheetara’ relembra momento feliz no ‘Contender’ para superar falta de público em Brasília

Mayra Sheetara venceu Gillian Robertson em sua estreia no UFC – Leandro Bernardes/Ag Fight

Prestes a fazer o seu retorno aos octógonos após mais de um ano afastada devido a uma lesão, Mayra ‘Sheetara’ se agarra na fé para superar as incertezas e obstáculos, provocados pela pandemia de coronavírus que assola a população mundial, que transformaram os últimos dias antes de sua apresentação no UFC Brasília em um verdadeiro caos. Nem mesmo a opção da organização por realizar o evento deste sábado (14) com portões fechados para o público parece interferir no positivismo da atleta da academia ‘Chute Boxe/Diego Lima’.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a peso-mosca (57 kg) revelou que procura enxergar o lado positivo até mesmo nas piores situações. Com esse pensamento, ‘Sheetara’ relembrou um momento de alegria quando participou do programa ‘Contender Series’, e conquistou o contrato com o Ultimate, para amenizar a tristeza por não poder receber o carinho do público brasileiro quando entrar no octógono do UFC Brasília diante da ucraniana Maryna Moroz.

“Eu lidei bem (com a semana conturbada pelo coronavírus) porque eu acredito que a glória de Deus é tudo na minha vida. Eu realmente acredito que eu sou a pessoa mais abençoada do mundo. Então, tudo que acontece que possa ser encarado de forma negativa, eu tento levar para o lado positivo, e eu acredito que Deus tem um plano maior para mim”, contou Mayra ‘Sheetara’, antes de completar.

“Inclusive, como eu vim do Contender (Series), para mim é como se eu estivesse lutando no Contender de novo (sem público), e o Contender foi uma coisa maravilhosa na minha vida. Não ter público é ruim? Sim, porque eu estou em casa e queria a minha galera (ao meu lado). Porém, não vai mudar nada, eu vou subir lá, representar o meu Brasil, o meu país e aquele que me deu a vida”, declarou a lutadora mineira.

Após conseguir seu contrato com o Ultimate através da versão brasileira do ‘Contender Series’, Mayra estreou na liga com o pé direito, ao finalizar Gillian Robertson, em setembro de 2018. No entanto, uma lesão no joelho a obrigou a se afastar dos octógonos por um longo tempo. O período inativa, segundo a peso-mosca, serviu para ampliar seus conhecimentos e evoluir como lutadora. Para isso, ‘Sheetara’ assistiu inúmeros combates de adversárias, além dos seus próprios, com o intuito de compreender melhor as técnicas e estratégias que deveria implementar em seu futuro. O estudo foi ampliado ao conhecer o nome de sua próxima oponente, Maryna Moroz, a quem a mineira elogiou por suas habilidades, mas ressaltou que não vê poder de nocaute na rival.

“Assisti muitas lutas, assisti as minhas lutas, de pessoas que eu gosto, de pessoas que eu não acho tão talentosas, então isso me fez crescer. Saber o que eu queria melhorar e o que eu não queria agregar no meu jogo. Eu fiz uma meta e quando voltei a treinar a coloquei nas mãos dos meus professores e falei: ‘Vamos seguir por aqui’. E, graças a Deus, deu super certo. O Diego, a Fabi, o Flávio me deixaram extremamente preparada e estou muito feliz de estar de volta e em casa”, explicou Mayra, antes de comentar sobre sua adversária.

“A gente estudou bem a Maryna, ela é uma atleta que faz tudo bem, mas não tem poder de nocaute e é aí que a gente entra. Porque o que ela não tem de força para nocautear, eu tenho. Então, eu acho que essa é a minha vantagem sobre ela. É colocar pressão o tempo todo e fazer ela se perder e se eu conectar, com certeza ela vai cair”, afirmou a atleta, que segue invicta em sua carreira no MMA profissional após cinco combates realizados.

Além do combate entre Mayra ‘Sheetara’ e Maryna Moroz, o UFC Brasília terá como um dos protagonistas da luta principal outro atleta da ‘Chute Boxe/Diego Lima’: Charles ‘Do Bronx’, que encara Kevin Lee, visando subir no ranking peso-leve (70 kg) da organização. Já no co-main event, Demian Maia e Gilbert ‘Durinho’ fazem um duelo entre grapplers de alto nível, em confronto válido pelo peso-meio-médio (77 kg).

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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