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Raphael ‘Bebezão’ perde patrocínios devido à pandemia e revela: “Estou no vermelho”
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por
Carlos Antunes
Além de deixar milhões de infectados e fazer milhares de mortos pelo mundo, a pandemia de coronavírus também deixou muita gente sem emprego ou com grande dificuldade de sustentar suas famílias. Um dos casos é de Raphael ‘Bebezão’, peso-pesado do UFC. Ao contrário do que muitos imaginam, o lutador ainda não tem estabilidade financeira só por estar na maior organização de MMA do mundo e precisa estar em ação para dar suporte a dois filhos e sua esposa. Em abril deste ano, ele enfrentaria Alexander Romanov, mas o evento foi cancelado por conta do Covid-19. Dessa maneira, além de não receber a bolsa pela sua apresentação, o atleta ainda perdeu patrocinadores que tinham interesse em ajudá-lo.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o brasileiro destacou que, ao contrário do compatriota Geraldo ‘Espartano’, que já recebeu o salário pelo evento que iria atuar, ele ainda não teve nenhuma posição do UFC sobre o caso. Por isso, ‘Bebezão’ admitiu que sua situação financeira está no vermelho a ponto de não saber como vai continuar pagando suas contas.
“A gente estava esperando uma resposta do Dana White, para ver se ele ajudaria a gente com alguma ajuda de custo, mas nada ainda. Já estou no vermelho e da última luta até agora já passou muito tempo. A gente tem família, ajudo minha mãe e isso me pegou de calça arreada. Estou no vermelho totalmente e ele não falou nada, deixou a gente à deriva. Ele não tem obrigação nenhuma com a gente. Mas estou correndo atrás. O UFC costuma ser muito certo, não deixa faltar nada. Então vamos ficar no aguardo”, contou o carioca, que não atua desde outubro de 2019, quando derrotou Jeff Hughes por decisão unânime dos jurados.
Preocupado por não receber a bolsa que estava programada, Raphael ainda lamentou o fato de três patrocinadores que estavam praticamente acertados com ele terem o abandonado assim que souberam do cancelamento da luta, sem dar qualquer satisfação. Porém, para não depender só de ajuda externa, o lutador, que nasceu e foi criado na comunidade de Santa Maria, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, adiantou que tem trabalhado em um projeto paralelo a sua carreira de lutador. A ideia dele é criar, ao lado da produtora ‘Roda de Funk’, um canal de Youtube com história de gente que, assim como ele, nasceu em locais sem tanta estrutura oi apoio necessários, mas venceram na vida.
“Alguns patrocínios me abandonaram, mas os poucos que ficaram comigo, têm me dado um suporte. Um empresário perto da minha casa, me ajuda bastante. Ele continua dando um salário que me ajuda bastante. Mas estou correndo atrás de fazer outros projetos pessoas, fechando com uma produtora para fazer um canal no Youtube para futuramente, além de ter espore como garantia, ter esse canal para um público sonhador de dentro de comunidade. Ele será chamado de “Favela venceu”, com ajuda ‘Mc Bobo’, além do Marcos Ferraz, que é um menino ainda, mas que tem auxiliado na questão das mídias sociais. Serão entrevistas com pessoas de dentro da comunidade que venceram na vida. É muita gente para a mídia entrevistar. Tem microempresários, empresários. Eu nasci e fui criado na comunidade. Cheguei até o UFC e não tive apoio da minha família”, explicou o peso pesado.
Apesar de estar em uma situação delicada financeira, Raphael ‘Bebezão’ teve uma postura louvável nas últimas semanas. Atento ao drama vivido por Duda ‘Cowboyzinha’, também atleta do Ultimate, que revelou que estava sem dinheiro para comprar comida, o peso-pesado depositou uma quantia em dinheiro para auxiliar a colega. Além de Duda, o atleta também prestou apoio para o local onde nasceu e sua mãe ainda tem residência.
“Eu sinto o que ela sente e as pessoas julgam muito. Muita gente pensa que só porque estamos dentro do UFC, temos muito dinheiro, estamos bem, e não é assim. Ela teve dois eventos que a luta dela não aconteceu, não sei o que houve, mas ela não lutou. Se ela não luta, não ganha dinheiro, não tem mídia em cima. Ela é nascida e criada em comunidade e, como eu também sou, a solidariedade está dentro da gente. Eu queria ter muita grana para poder ter levado caminhão para a minha comunidade. Antes da pandemia sofreu um baque das enchentes, acabou com muitas casas. Minha mãe ainda mora lá. Fui lá ver e a situação estava precária, prefeitura não ajudava. Eu fiz uma doação”, finalizou o atleta.