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Próximo de estreia no UFC, Kron Gracie reflete sobre a pressão de representar a família

O card do UFC Fight Night ESPN 1 carrega consigo um detalhe que promete garantir a atenção dos fãs mais atentos neste domingo (17), na cidade de Phoenix. Filho do lendário lutador Rickson Gracie, Kron estreia no evento com a missão de defender o legado de sua família nas artes marciais e colocar à prova o jiu-jitsu desenvolvido pelo clã. Tamanha responsabilidade que parece já não afetar mais o atleta de 30 anos.

Muito antes de se tornar vice-campeão mundial na faixa-preta e campeão do ADCC (torneio de submission), Kron já tinha que aprender a lidar com a pressão de ser um Gracie. Afinal, enquanto seu avô Hélio foi o principal responsável pela criação do jiu-jitsu brasileiro, seu pai Rickson foi o maior campeão da história da família, tendo se aposentado invicto na modalidade.

“A pressão está sempre ali, mas eu tento sempre botar na minha cabeça a verdade. E a verdade é que tudo pode acontecer. As pessoas podem botar pressão em mim. Mas não é porque botam que eu tenha que sentir. Consigo focar no que é importante e ser honesto comigo”, analisou durante conversa exclusiva com a reportagem da Ag. Fight nessa quinta-feira.

Nascido no Brasil e radicado nos EUA há tempo o bastante para carregar um ligeiro sotaque ao falar português, Kron sabe que seus passos nos tatames são seguidos há anos em diversas partes do mundo. A cada vitória e conquista nas faixas intermediárias, a responsabilidade de ser um Gracie ficava ainda mais evidente e nele era depositada a esperança dos fãs em voltar a ver um representante da família no topo do esporte.

“Para mim, foi a minha vida lidando com pressão e superando isso. Nessa fase, não sinto mais… Todo mundo quer botar pressão e expectativa. Eu sei que sou humano e só posso fazer meu melhor e trabalho duro para isso. É simplesmente isso. Não posso fazer algo que não tenho capacidade”, ressaltou, pronto para repetir o objetivo que o fez assinar com o UFC.

“Nessa época da minha vida, lutar com os melhores e fazer melhores lutas possíveis é o meu objetivo. Representar a família”, garantiu, direto ao ponto, antes de salientar outra característica sobre o duelo contra Alex Caceres, marcado para domingo.

Além de marcar sua estreia no maior show de MMA do mundo, o confronto também é o retorno do carioca à ação. Competitivo em torneios de jiu-jitsu entre 20008 e 2013, Kron passou a se dedicar ao MMA em 2014, quando iniciou seu cartel que hoje conta com quatro vitórias e nenhuma derrota. Desde dezembro de 2016, porém, ele não compete mais.

“Foram vários motivos diferentes que me fizeram ficar parado. Aprendi o que tinha que aprender e passei pelo que tinha que passar. (…) Se me perguntar se eu gostaria de ficar esse tempo fora, eu diria que não. Quero lutar o máximo possível até acabar com minha carreira”, finalizou.

Editor da Ag Fight e colunista do UOL, Diego Ribas cobre MMA desde 2010 e atualmente mora em Las Vegas

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