Polyana Viana saiu da pequena cidade paraense de São Geraldo do Araguaia para correr atrás do sonho de conquistar o cinturão do UFC, a maior liga de MMA do planeta. No entanto, ao ir em busca do seu objetivo, ela teve que deixar para trás o pequeno Deivid, seu filho de oito anos. Deste modo, sempre que tem uma folga na agenda, a atleta procura visitar a família. No entanto, após a sua última derrota, em agosto de 2018, a lutadora decidiu não rever seus familiares como uma forma de se punir.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Polyana explicou que, após o último revés, para JJ Aldrich, ela decidiu focar nos treinos no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos, até que aparecesse uma nova oportunidade no Ultimate. E, agendada para voltar ao octógono neste sábado (2), contra Hannah Cifers, em Las Vegas (EUA), a lutadora pode conquistar, junto com a vitória, a sua credencial para rever a família.
“Ele (o filho) mora no Pará com a minha mãe, em São Geraldo do Araguaia. Esse ano ainda não consegui ver ele. Vi ano passado, no aniversário dele. Isso porque, consegui ir no aniversário, pois já tinha perdido uns cinco aniversários dele. E aí, eu vou quando eu posso e dessa vez eu quis me dar um castigo por ter perdido a luta, então pensei: ‘Vou treinar, treinar e treinar. depois vejo a minha família’ . Assim, até castiguei eles também, mas a gente se fala todo dia, por aplicativo de mensagem, telefone…”, explicou.
Polyana, entretanto, busca amenizar a dificuldade de se encontrar com o filho por meio do uso da tecnologia. Além dos habituais aplicativos de mensagem e das ligações telefônicas, a lutadora revelou que também faz uso de um jogo para celular para estreitar os laços com o pequeno Deivid. E, apesar de no início não ter se adaptado muito bem à novidade, hoje precisa se controlar para não passar tempo demais com o passatempo.
“Instalei um jogo por causa dele e a gente conversa muito, porque o jogo é online. E a gente conversa muito por lá. Ele se abre mais no jogo do que por ligação. Por ligação ele fica meio tímido de ficar falando… No jogo ele se abre mais, conversa mais, puxa assunto… ‘Free Fire’ (o nome do jogo). Eu já estou viciada no jogo. O pessoal vive brigando comigo. No começo eu falava: ‘Que jogo ruim’. E ele dizia que ia me proteger, eu ia atrás dele, morria, ficava só assistindo ele jogar”, contou.
“Mas agora aprendi. É um jogo muito bom. Pode jogar sozinho, em dupla ou em equipe. Mas quando jogo com ele, jogo só em dupla para a galera não ficar ouvindo a gente conversar. Uma vez jogamos em time e tinham duas meninas que começaram a falar com ele e perguntaram se eu era a namorada do Deivid. Aí respondi que era a mãe e as meninas saíram do jogo. Acho que ficaram com vergonha porque estavam dando em cima dele”, completou.
Aos 26 anos, Polyana estreou no UFC em fevereiro de 2018, com vitória sobre Maia Kahaunaele-Stevenson. Apesar do bom começo, a paraense não conseguiu repetir o retrospecto positivo e sucumbiu no confronto que realizou seis meses depois. E agora, contra Cifers, a brasileira terá a oportunidade de alcançar a 11ª vitória em seu cartel profissional no MMA, que também conta com dois reveses.
Confira a entrevista completa: