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Novo shape de Belfort indica luta contra arquirrival? O que se sabe de sua volta

Sem se apresentar desde maio de 2018, quando foi nocauteado por Lyoto Machida em evento realizado no Rio de Janeiro, Vitor Belfort mantém seu nome no noticiário do mundo das lutas de outras formas. No final daquele mesmo ano, o ‘Fenômeno’, que havia anunciado sua aposentadoria, foi apresentado como reforço do One Championship. Meses mais tarde, algumas trocas de farpas com Wanderlei Silva se tornaram públicas antes do carioca revelar que retornaria ao peso-pesado para encarar Alain Ngalani. Agora, em tempos de eventos cancelados por conta da quarentena, a ‘bola da vez’ é o shape turbinado do atleta de 43 anos.

Através de suas redes sociais, Belfort divulgou uma imagem que prova que ele está mais forte do que em seus últimos anos no UFC e com a densidade muscular em dia para um veterano da sua idade. Com tal foto espalhada em fóruns pela internet, a ansiedade dos fãs se fez presente e comentários sobre um possível retorno às competições não demoraram a chegar. No entanto, as poucas palavras do lutador a respeito deixam uma dúvida no ar.

Sem data oficial para retornar ao MMA, Belfort, até onde se sabe, negociava uma luta contra o peso-pesado Alain Ngalani para setembro. Mas tudo, claro, denpende do sucesso da contenção da pandemia da COVID-19 ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, a troca de provocações com Wanderlei se intensificou, a ponto do paranaense ameaçar agredir o rival na rua caso o encontrasse e nenhum acerto de luta tivesse sido feito – ao que tudo indica, eles ainda negociam para medirem forças em dezembro deste ano.

Com total respaldo do One Championship, Belfort tem múltiplas opções em seu contrato e pode se apresentar tanto no MMA, kickboxing, boxe ou até mesmo uma modalidade que ele mesmo criou – uma mistura de boxe com golpes no clinche permitidos apenas nas artes marciais mistas. Desta forma, a retomada de seu vigor físico indica sim que o atleta vislumbra uma disputa já para o segundo semestre de 2020. No entanto, o longo período afastado das competições torna improvável que Belfort faça duas lutas em menos de seis meses. E aí quem perde força é Ngalani, que deve ver a oportunidade de encarar o ex-campeão do UFC desaparecer.

A maior dificuldade, então, seria o palco, uma vez que Wanderlei aceitou publicamente qualquer regra e modelo proposto pelo adversário – o curitibano, embora tenha mais duas lutas no contrato com o Bellator, afirmou em conversa com a reportagem da Ag. Fight que pode se apresentar em outros eventos caso queira. Dentre os mercados interessados em lucrar com o reencontro dos atletas 22 anos após a primeira disputa (Belfort nocauteou Wanderlei em 1998), se destacam Brasil e EUA, duas das maiores vítimas da pandemia do coronavirus, o que faz com que a chance desta luta contar com a presença de público seja quase nula.

Caso esse problema seja driblado, é provável então que possamos ver o reencontro dos ex-campões em um cage. Longe do ápice de suas formas, os lutadores, no entanto, devem se apresentar sem a supervisão da USADA (agência antidoping americana), que costuma receber críticas de competidores por ser dura demais com a lista de substâncias proibidadas, o que atrapalharia no rendimento dos mesmos.

Belfort, por sinal, era um dos lutadores que fazia uso da TRT (terapia de reposição de testosterona) antes dela ser banida pela entidade. Em conversa com a reportagem da Ag. Fight assim que assinou seu contrato com o ONE Championship, o veterano afirmou que não via problemas em voltar a fazer uso do tratamento. E a julgar pelo seu físico e retrospecto (o carioca venceu todas as lutas em que fez nesse período), tudo aponta para um breve retorno do ‘Fenômeno’.

Editor da Ag Fight e colunista do UOL, Diego Ribas cobre MMA desde 2010 e atualmente mora em Las Vegas

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